terça-feira, 10 de novembro de 2009

Por Que a Crença no Inferno é Fundamental?

Hoje é o dia de comunicações rápidas. Amanhã é o dia de negócios. A eternidade é o dia da verdade. Se você vive somente para este mundo, se importará pouco com a verdade. “Comamos e bebamos, que amanhã morreremos”. Se isso tudo existe, podemos muito bem chamar de “verdade” as idéias que protegem nossos apetites. Mas, se você vive para a eternidade, rejeitará as modas populares e efêmeras, para se tornar eternamente relevante.

Temos de valorizar a verdade acima do sucesso temporário. Onde a verdade é minimizada e as pessoas não estão nela arraigadas e fundamentadas, o sucesso é superficial, e a árvore cresce oca, embora floresça no sol da prosperidade. Que Deus nos dê um amor humilde submisso pela verdade da Palavra de Deus, na profundeza e plenitude dela.

Ouçam a advertência de Paulo a respeito de nossos dias: “Haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos” (2Tm 4.3). “[Eles] perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos” (2 Ts 2.10). Considere uma verdade que não é popular e tem sido abandonada por muitos que têm sobre a sua tenda a bandeira de “evangélico” – a verdade a respeito do inferno. Oh! Que grande diferença existe quando uma pessoa crê no inferno – com tremor e lágrimas! Existe uma seriedade permeando toda a vida, uma urgência em todos os esforços, um condimento de profunda seriedade que tempera tudo e faz com que o pecado sinta-se mais pecaminoso, e a santidade mais santa, a vida mais preciosa, os relacionamentos mais profundos e Deus muito mais importante.

Entretanto, como em toda geração, existem novos abandonos da verdade. Clark Pinnock, um teólogo canadense que insiste em se chamar evangélico, escreveu:

A princípio fui levado a questionar a crença tradicional no tormento eterno e consciente, porque me era moralmente repugnante e por considerações teológicas mais amplas, e não por considerações de textos bíblicos. Não é lógico dizermos que um Deus de amor afligirá pessoas para sempre, por causa de pecados cometidos no contexto de uma vida finita... É tempo de os evangélicos se levantarem e afirmarem que o ensino bíblico moralmente apropriado sobre o inferno é a aniquilação, e não o tormento eterno.(1)
Dorothy Sayers, que faleceu em 1957, expressou um antídoto necessário para este tipo de abandono da verdade:

Parece existir um tipo de conspiração, especialmente entre os escritores de meia idade que possuem uma tendência vagamente liberal, para esquecer ou anular de onde procede a doutrina sobre o inferno. Encontramos freqüentes referências à “cruel e abominável doutrina medieval do inferno” ou “a grotesca e ingênua imagem medieval de vermes e fogo”.

O caso, porém, é exatamente o contrário. Encaremos os fatos. A doutrina do inferno não é “medieval”; é uma doutrina ensinada por Cristo. Não é um artifício do “clero medieval” para atemorizar o povo e fazê-lo dar dinheiro à igreja. O inferno é o julgamento deliberado de Cristo sobre o pecado. A imagem de vermes que não morrem e de fogo inextinguível deriva-se não da “superstição medieval”, e sim do profeta Isaías; e foi Cristo quem a usou enfaticamente... Ela nos confronta no mais antigo e menos “editado” dos evangelhos; está explícita em muitas das parábolas mais familiares e implícita em muitas outras.
Essa figura tem, nos ensinos de Cristo, uma dimensão maior do que alguém possa perceber, até que comece a ler todos os evangelhos, em vez de selecionar e ler somente as passagens mais consoladoras. Ninguém pode se livrar desta doutrina, sem despedaçar o Novo Testamento. Não podemos repudiar o inferno, sem repudiarmos a Cristo.(2)

Eu acrescentaria: existem muitas outras coisas que, abandonadas, também equivalerão ao eventual repúdio de Cristo. Não é por causa de uma lealdade ultrapassada que amamos as verdades da Escritura – nem mesmo as mais severas. É por causa do amor a Cristo – e por causa do amor para com o seu povo – povo esse que somente o Cristo da verdade pode salvar.
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1 – Clark Pinnock and Delwin Brown, Theological Crossfire: Na Evangelical Liberal Dialogue (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1990), pp. 226-227.
2 – Dorothy Sayers, A Matter of Eternity, ed. Rosamond Kent Sprague (Grand Rapids, Eerdmans, 1973), p. 86
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John Piper, Penetrado pela Palavra.

4 Comentários:

Marcos Crecchi disse...

É verdade que muitos já não acreditam mais na existência desse lugar, inclusive muitos pastores.

Marcos Crecchi disse...

Esse blog é de grande relevância para o crescimento espiritual, já sou seguidor.
Quando tiver oportunidade passe pelo blog da igreja ao gosto do freguês, têm muita coisa boa te vejo lá fique na paz.

Jair disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jair disse...

Obrigado Pr Marcos pela visita, e sinta-se a vontade em ler os nossos artigos publicados no blog. Muitas verdades bíblicas foram abafadas nesses dias, precisamos resgatá-las e ensiná-las aos nossos irmãos que andam de certa forma perambulando nos caminhos do Senhor, sem de fato encontrar Nele um Porto Seguro.
Deus te abençõe

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