Sobre o estudo da Escritura
No estudo da Escritura há uma relação dialética entre demandas objetivas e afinidades pessoais; algum atalho plausível deve ser procurado entre os dois. A pessoa deve ter em mente a diferença entre experiência e conhecimento. Alguém cujo conhecimento seja escasso pode ficar muito entusiasmado com o pouco que já aprendeu, e o seu entusiasmo pode impulsiona-lo no seu desenvolvimento; no entanto, este conhecimento pode permanecer rudimentar. É claro que existem pessoas com um dom especial para captar o que é essencial, que podem dominar algumas poucas coisas realmente fundamentais e construir toda uma vida sobre elas. Mas geralmente, um pouco de conhecimento equivale a conhecimento fragmentado, unilateral, incorreto. O que é “conhecido” pode ser maravilhosamente interessante, mas também, em grande medida, um produto da própria imaginação do “conhecedor”, com pouca relação com a Escritura. Assim, não são apenas os mal informados ou pouco informados que precisam estudar, mas também aqueles que conheceram a experiência religiosa, que precisam do equilíbrio e da perspectiva da sua experiência, que o conhecimento verdadeiro pode proporcionar.
Para o aprendizado correto, o modo de estudar é de fundamental importância. Por exemplo, um elemento essencial, independentemente do assunto, é a regularidade, um compromisso inflexível com o estudo de temas particulares em ocasiões particulares e em lugares especiais. É esta regularidade, entre outras coisas, que evita que o estudo da Escritura se torne mero diletantismo ou entretenimento intelectual. A regularidade dá a esse estudo a qualidade de um regime quase profissional, por menos tempo que lhe seja dedicado, e por mais baixo que seja o nível da pesquisa. Folhear algumas páginas sempre que seja conveniente faze-lo pode ser um passatempo agradável, mas pouco tem a ver com um aprendizado sério. Não deveríamos fazer do estudo da Escritura algo mais do que um simples hobby?
Outra parte do “como fazer” do estudo da Escritura consiste em achar outros companheiros de estudo, pelo menos durante alguma parte do tempo. Os Sábios falam longamente sobre essa questão, e são enfáticos quanto às virtudes do estudo em conjunto, assim como as desvantagens de estudar sozinho. No ponto de vista deles, até mesmo um parceiro cujo conhecimento não exceda o nosso é melhor que não ter nenhum. É lógico que o estudo em conjunto é extremamente útil para manter a regularidade, para a qual a maioria de nós, quando sozinhos, não temos bastante autodisciplina. Estudar com outros também cria um laço social que pode tornar-se muito profundo. Todavia, mesmo que isso não aconteça, certo reforço mútuo acontece. O mais importante de tudo é o papel corretivo que os parceiros podem cumprir mutuamente, durante o estudo. Todo mundo, especialmente os iniciantes, quando deixados sozinhos, correm o risco de entender mal ou de distorcer o que aprendem, de ver o material através da sua própria perspectiva idiossincrática. Inclusive pessoas de inteligência superior correm este risco. Mas os parceiros de estudo podem servir de fiscais contra a subjetividade do outro.
Também extremamente importante é achar um professor, alguém mais experimentado de quem se possa aprender. A importância de um professor costuma ir além da assistência proporcionada no estudo, em si só. De fato, achar essa pessoa será uma virada decisiva na vida do estudante. Mas mesmo o professor que é menos que um mestre poderá dar algo mais que mera assistência técnica. Todo professor digno desse nome suplementa o texto, fornece contexto, e preenche os espaços entre as linhas. Esta percepção adicional pode não estar disponível em qualquer livro. Mesmo que não seja possível achar um mestre, é necessário achar um professor; e se não for possível achar um professor, pelo menos deve-se achar um companheiro de estudos, especialmente quando se é um iniciante no caminho da verdadeira sabedoria.
Adin Even Yisrael (Steinsaltz)
Texto adaptado para facilitar a compreensão.
Fundamental lembrar que não há estudo proveitoso da Escritura sem oração e a total dependência do Senhor, ou seria tão somente mero esforço acadêmico. É através da oração que nos comunicamos com o Criador. Que o Eterno nos conceda, pelo Seu Espírito, o entendimento correto das Escrituras e nos conduza pela mão de modo que andemos em Sua presença e sejamos perfeitos (Gênesis 17:1).
"Ensina-me Teu caminho, ó Eterno, para que eu possa andar sob Tua verdade e dedicar meu coração a temer somente Teu Nome. De todo meu coração hei de Te agradecer, e para sempre glorificarei Teu Nome, pois com Tua incomparável benignidade livraste minha alma do mais profundo abismo." (Salmos 86:11-13)
Para o aprendizado correto, o modo de estudar é de fundamental importância. Por exemplo, um elemento essencial, independentemente do assunto, é a regularidade, um compromisso inflexível com o estudo de temas particulares em ocasiões particulares e em lugares especiais. É esta regularidade, entre outras coisas, que evita que o estudo da Escritura se torne mero diletantismo ou entretenimento intelectual. A regularidade dá a esse estudo a qualidade de um regime quase profissional, por menos tempo que lhe seja dedicado, e por mais baixo que seja o nível da pesquisa. Folhear algumas páginas sempre que seja conveniente faze-lo pode ser um passatempo agradável, mas pouco tem a ver com um aprendizado sério. Não deveríamos fazer do estudo da Escritura algo mais do que um simples hobby?
Outra parte do “como fazer” do estudo da Escritura consiste em achar outros companheiros de estudo, pelo menos durante alguma parte do tempo. Os Sábios falam longamente sobre essa questão, e são enfáticos quanto às virtudes do estudo em conjunto, assim como as desvantagens de estudar sozinho. No ponto de vista deles, até mesmo um parceiro cujo conhecimento não exceda o nosso é melhor que não ter nenhum. É lógico que o estudo em conjunto é extremamente útil para manter a regularidade, para a qual a maioria de nós, quando sozinhos, não temos bastante autodisciplina. Estudar com outros também cria um laço social que pode tornar-se muito profundo. Todavia, mesmo que isso não aconteça, certo reforço mútuo acontece. O mais importante de tudo é o papel corretivo que os parceiros podem cumprir mutuamente, durante o estudo. Todo mundo, especialmente os iniciantes, quando deixados sozinhos, correm o risco de entender mal ou de distorcer o que aprendem, de ver o material através da sua própria perspectiva idiossincrática. Inclusive pessoas de inteligência superior correm este risco. Mas os parceiros de estudo podem servir de fiscais contra a subjetividade do outro.
Também extremamente importante é achar um professor, alguém mais experimentado de quem se possa aprender. A importância de um professor costuma ir além da assistência proporcionada no estudo, em si só. De fato, achar essa pessoa será uma virada decisiva na vida do estudante. Mas mesmo o professor que é menos que um mestre poderá dar algo mais que mera assistência técnica. Todo professor digno desse nome suplementa o texto, fornece contexto, e preenche os espaços entre as linhas. Esta percepção adicional pode não estar disponível em qualquer livro. Mesmo que não seja possível achar um mestre, é necessário achar um professor; e se não for possível achar um professor, pelo menos deve-se achar um companheiro de estudos, especialmente quando se é um iniciante no caminho da verdadeira sabedoria.
Adin Even Yisrael (Steinsaltz)
Texto adaptado para facilitar a compreensão.
Fundamental lembrar que não há estudo proveitoso da Escritura sem oração e a total dependência do Senhor, ou seria tão somente mero esforço acadêmico. É através da oração que nos comunicamos com o Criador. Que o Eterno nos conceda, pelo Seu Espírito, o entendimento correto das Escrituras e nos conduza pela mão de modo que andemos em Sua presença e sejamos perfeitos (Gênesis 17:1).
"Ensina-me Teu caminho, ó Eterno, para que eu possa andar sob Tua verdade e dedicar meu coração a temer somente Teu Nome. De todo meu coração hei de Te agradecer, e para sempre glorificarei Teu Nome, pois com Tua incomparável benignidade livraste minha alma do mais profundo abismo." (Salmos 86:11-13)
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