terça-feira, 25 de outubro de 2011

A Santidade dá Evidência da Justificação e da Eleição

A santificação é um fruto inevitável da justificação (1 Co 6.11). Estes dois elementos podem ser distinguidos, mas nunca separados; o próprio Deus os uniu. A justificação está organicamente ligada à santificação; o novo nascimento dá origem à uma nova vida.

O justificado andará no “caminho de santidade do Rei”. Em Cristo e através dEle, a justificação dá ao filho de Deus o direito e a ousadia de entrar no céu; a santificação dá-lhe a aptidão para o céu e a preparação necessária para chegar lá. A santificação é a apropriação pessoal dos frutos da justificação. B.B. Warfield observa: “A santificação é tão somente a execução do decreto de justificação. Pois, se a santificação falhasse, a pessoa justificada não seria liberta de acordo com sua justificação”. Consequentemente, o decreto de justificação de Cristo, em João 8.11 (“Nem eu tampouco te condeno”), é imediatamente seguido pelo chamado à santidade: “Vai e não peques mais”.

A eleição é também inseparável da santidade: “Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (2 Ts 2.13). A santificação é a marca de identificação das ovelhas eleitas de Cristo. Por isso, a eleição é sempre uma doutrina confortante para o crente, pois esta é o seguro fundamento que explica a graça de Deus operando nele. Por isso, os nossos antepassados reformados consideravam a eleição como um dos maiores consolos do crente, visto que a santificação torna visível a eleição.

Calvino insistiu que a eleição não deveria desanimar ninguém, pois o crente recebe consolo dela, e o incrédulo não é chamado a considerá-la — antes, ele é chamado ao arrependimento.

Aquele que fica desanimado pela eleição, ou confia-se à eleição sem viver uma vida de santidade, está se tornando vítima de um mau uso satânico desta doutrina preciosa e encorajadora (veja Dt 29.29). Como afirma J. C. Ryle: “Não é permitido a nós, neste mundo, estudar as páginas do Livro da Vida, e ver se nossos nomes encontram-se ali. Mas, se há algo nítido e plenamente declarado a respeito da eleição, é isto — que os homens e mulheres eleitos serão conhecidos e distinguidos por vidas santas”. A santidade é o lado visível de sua salvação. “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16).

Joel R. Beek. Revista Fé Para Hoje Nº 36.

2 Comentários:

Anderson Paz disse...

Muito bom!
Muitas vezes, coloca-se muito o foco no "porquê" da Eleição (se é incondicional ou não), e ignora-se o "para quê" dela (para sermos santos e irrepreensíveis, para sermos conforme a imagem de Jesus).
Que cada crente abrace de todo coração o propósito da nossa vocação.

Em Cristo,
Anderson Paz

Jair Kunzler disse...

Amém Anderson, é isso mesmo. Acredito que ela é uma doutrina que ofende porque não se verificam os frutos dela (a santificação pessoal), apenas se questiona se ela é justa ou não. Temos que entender melhor Romanos 9, um entendimento claro e correto desse capítulo ajuda muito a entender a eleição de Deus. Augustus Nicodemus explicou muito bem na conferencia da Editora Fiel 2011.

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