terça-feira, 3 de maio de 2011

Emoções Espirituais Verdadeiras e a Ternura de um Cristão

Emoções falsas podem parecer que derretem o coração por um tempo, porém no fim endurecem-no. As pessoas sob a influência de emoções falsas, eventualmente se tornam menos preocupadas com seus pecados – seus pecados passados, presentes e futuros. Prestam menos atenção às advertências da Palavra de Deus e ao castigo de Sua providência. Tornam-se mais descuidados com o estado de suas almas e o modo de seu comportamento. Diminuem seu discernimento sobre o que é pecaminoso e tornam-se menos temerosos com a aparência do mal naquilo que dizem e fazem. Por quê? Porque têm uma opinião tão elevada sobre si mesmos.

Tiveram impressões e experiências religiosas; por isso pensam estar seguros. Quando estavam sob a convicção do pecado e medo do inferno, podem ter sido muito conscienciosos de seus deveres religiosos e morais. Entretanto, agora que pensam não estar mais em perigo do inferno, começam a abandonar o auto-controle e permitem a si mesmos entregar-se a suas várias luxúrias.

Tais pessoas não aceitam a Cristo como seu Salvador do pecado. Confiam nEle como o Salvador de seus pecados! Pensam que Cristo lhes permitirá tranqüilidade em seus pecados, e os protegerá do desagrado de Deus. Judas fala dessas pessoas como "certos indivíduos se introduziram com dissimulação... que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus" (Jud. 4). O próprio Deus nos alerta a respeito desse erro: "Quando eu disser ao justo que certamente viverá, e ele, confiando na sua justiça, praticar iniqüidade, não me virão à memória todas as suas justiças, mas na sua iniqüidade, que pratica, ele morrerá" (Ez. 33:13).

As verdadeiras emoções espirituais têm um efeito oposto. Fazem do coração de pedra cada vez mais um coração de carne. Tornam o coração sensível como carne ferida que é facilmente machucada. Cristo indica essa sensibilidade ao falar do verdadeiro cristão como uma criança (Mat. 10:42 e 18:3; Jo. 13:33). A carne de uma criancinha é tenra, assim como o coração de uma pessoa recém--nascida espiritualmente. Não só a carne, mas a mente de uma criancinha também é delicada; ela sente simpatia facilmente e não pode ver outros em dificuldades. O mesmo ocorre com um cristão. A bondade conquista facilmente a afeição de uma criancinha; assim é com um cristão. A criança se assusta facilmente com a aparência exterior do mal; da mesma forma, um cristão se alarma com a aparência do mal moral.

Quando uma criancinha encontra qualquer coisa ameaçadora, não confia em sua própria força, mas corre para seus pais; do mesmo modo, um cristão não tem auto-confiança para lutar com inimigos espirituais, porém corre para Cristo. Uma criancinha suspeita facilmente de perigo no escuro, quando sozinha ou longe de casa. De modo semelhante um cristão se apercebe dos perigos espirituais e se preocupa com a sua alma quando não pode ver claramente o caminho diante dele; teme ser deixado só e a alguma distância de Deus. Uma criança facilmente teme os mais velhos, teme sua ira e treme frente a suas ameaças. Do mesmo modo, um cristão teme ofender a Deus e treme diante do castigo de Deus.


De todos esses modos, um verdadeiro cristão se assemelha a uma criancinha. Nas coisas espirituais, o santo mais amadurecido e mais forte é a menor e a mais sensível das crianças.



A Genuina Experiencia Espiritual. Editora PES. Pg 75

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