A doutrina da imutabilidade divina é compatível com a doutrina da encarnação?
Cristo, sendo plenamente Deus, é imutável. No entanto, ele nem sempre possuiu sua natureza humana, coisa que ocorreu na sua encarnação, quando se fez homem. Isso não seria, de alguma forma, uma mudança? Alguns dizem que Cristo permaneceu o que era (divino), passando a ser o que não era (humano). Isso está certo? Como essas duas doutrinas se conciliam?*
Consultemos então a Fórmula de Calcedônia, a afirmação histórica mais técnica sobre a Trindade e a dupla natureza de Jesus:
“Seguindo então, aos Santos Padres, unanimemente ensinamos a confessar um solo e mesmo Filho: nosso senhor Jesus Cristo, perfeito em sua divindade e perfeito em sua humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem (composto) de alma racional e de corpo, consubstancial ao Pai pela divindade, e consubstancial a nós pela humanidade, similar em tudo a nós, exceto no pecado, gerado pelo Pai antes dos séculos segundo a divindade, e, nestes últimos tempos, por nós e por nossa salvação, engendrado na Maria virgem e mãe de Deus, segundo a humanidade: um e o mesmo Cristo senhor unigênito; no que têm que se reconhecer duas naturezas, sem confusão, imutáveis, indivisas, inseparáveis, não tendo diminuído a diferença das naturezas por causa da união, mas sim mas bem tendo sido assegurada a propriedade de cada uma das naturezas, que concorrem a formar uma só pessoa. Ele não está dividido ou separado em duas pessoas, mas sim é um único e mesmo Filho Unigênito, Deus, Verbo, e Senhor Jesus Cristo como primeiro os profetas e mais tarde o mesmo Jesus Cristo o ensinou que si e como nos transmitiu isso o símbolo dos padres”. ¹
Rogério Portella
________
Notas:
* Essa pergunta foi feita por mim, no Fórum Monergismo, e respondida pelo irmão Rogério Portella.
1.
2.http://www.carm.org/christianity/christian-doctrine/if-god-unchanging-how-can-jesus-be-god-flesh
3.http://www.iclnet.org/pub/resources/text/cri/cri-jrnl/web/crj0159a.html
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