Entenda a Bíblia Pela Fé
As Escrituras podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus - escreveu Paulo (2Tm 3:15). Visto que seu propósito (ou o propósito do autor divino, que falou e fala por meio delas) é levar-nos à salvação e que a salvação está em Cristo, elas apontam para Cristo, como vimos. Mas seu objetivo ao apontar para Cristo não é simplesmente para que possamos conhecê-lo ou compreendê-lo, nem mesmo para que passemos a admirá-lo, mas para que coloquemos nossa confiança nele. As Escrituras testemunham Cristo não para satisfazer nossa curiosidade, mas para extrair de nós uma resposta de fé.
Há muito equívoco na compreensão a respeito da fé. É comum supor-se que ela seja um salto no escuro, completamente incompatível com a razão. Não é assim. A verdadeira fé nunca é irrazoável, porque seu objeto é sempre digno de confiança. Quando nós, seres humanos, confiamos uns nos outros, a racionalidade de nossa confiança depende da confiabilidade relativa das pessoas em questão. A Bíblia, no entanto, testemunha Cristo como inteiramente digno de confiança. Ela nos conta quem ele é e o que ele fez, e a evidência que ela provê em favor de sua pessoa e obra únicas é convincente ao extremo.
À medida que nos expomos ao testemunho bíblico a respeito desse Cristo, e à medida que sentimos seu impacto profundo e ainda assim simples, diversificado, mas ainda assim unânime, Deus cria a fé dentro de nós. Recebemos o testemunho. Cremos. Era isso o que Paulo tinha em mente quando escreveu: E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo (Rom 10:17).
Vimos que o propósito de Deus na Bíblia e por meio dela é rigorosamente prático. Ele a estabeleceu como seu instrumento principal a fim de trazer as pessoas para a "salvação", entendida em seu mais amplo e completo sentido. A Bíblia inteira é um evangelho de salvação, e o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1:16). Ela então aponta seus muitos dedos inequivocadamente para Cristo, de modo que seus leitores o vejam, creiam nele e sejam salvos.
O apóstolo João escreve algo bem parecido no final de seu Evangelho. Ele havia registrado apenas uma seleção dos sinais de Jesus, diz ele, pois Jesus havia realizado muitos outros. Ele prossegue: Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome ( João 20:31).
João vê o propósito último da Escritura (o que foi registrado) da mesma forma que Paulo vê. João o chama de “vida”, Paulo, de “salvação”, mas as palavras são quase sinônimas. Os dois apóstolos concordam ainda que esta vida ou salvação está em Cristo, e que para recebê-la devemos crer nele. Ambos apresentam exatamente a mesma seqüência de passos: Escritura, Cristo, fé, salvação. A Escritura testifica de Cristo, a fim de evocar a fé em Cristo, de modo a produzir vida naquele que crê.
A conclusão é simples. Sempre que lemos a Bíblia devemos procurar por Cristo. E devemos continuar procurando até que o vejamos e creiamos. Apenas à medida que continuarmos a nos apropriar pela fé das riquezas de Cristo que nos são reveladas na Escritura poderemos crescer rumo à maturidade espiritual e nos tornarmos homens e mulheres de Deus perfeitamente habilitados para toda boa obra (2Tm 3:17).
John Stott - Entenda a Bíblia
Há muito equívoco na compreensão a respeito da fé. É comum supor-se que ela seja um salto no escuro, completamente incompatível com a razão. Não é assim. A verdadeira fé nunca é irrazoável, porque seu objeto é sempre digno de confiança. Quando nós, seres humanos, confiamos uns nos outros, a racionalidade de nossa confiança depende da confiabilidade relativa das pessoas em questão. A Bíblia, no entanto, testemunha Cristo como inteiramente digno de confiança. Ela nos conta quem ele é e o que ele fez, e a evidência que ela provê em favor de sua pessoa e obra únicas é convincente ao extremo.
À medida que nos expomos ao testemunho bíblico a respeito desse Cristo, e à medida que sentimos seu impacto profundo e ainda assim simples, diversificado, mas ainda assim unânime, Deus cria a fé dentro de nós. Recebemos o testemunho. Cremos. Era isso o que Paulo tinha em mente quando escreveu: E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo (Rom 10:17).
Vimos que o propósito de Deus na Bíblia e por meio dela é rigorosamente prático. Ele a estabeleceu como seu instrumento principal a fim de trazer as pessoas para a "salvação", entendida em seu mais amplo e completo sentido. A Bíblia inteira é um evangelho de salvação, e o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1:16). Ela então aponta seus muitos dedos inequivocadamente para Cristo, de modo que seus leitores o vejam, creiam nele e sejam salvos.
O apóstolo João escreve algo bem parecido no final de seu Evangelho. Ele havia registrado apenas uma seleção dos sinais de Jesus, diz ele, pois Jesus havia realizado muitos outros. Ele prossegue: Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome ( João 20:31).
João vê o propósito último da Escritura (o que foi registrado) da mesma forma que Paulo vê. João o chama de “vida”, Paulo, de “salvação”, mas as palavras são quase sinônimas. Os dois apóstolos concordam ainda que esta vida ou salvação está em Cristo, e que para recebê-la devemos crer nele. Ambos apresentam exatamente a mesma seqüência de passos: Escritura, Cristo, fé, salvação. A Escritura testifica de Cristo, a fim de evocar a fé em Cristo, de modo a produzir vida naquele que crê.
A conclusão é simples. Sempre que lemos a Bíblia devemos procurar por Cristo. E devemos continuar procurando até que o vejamos e creiamos. Apenas à medida que continuarmos a nos apropriar pela fé das riquezas de Cristo que nos são reveladas na Escritura poderemos crescer rumo à maturidade espiritual e nos tornarmos homens e mulheres de Deus perfeitamente habilitados para toda boa obra (2Tm 3:17).
John Stott - Entenda a Bíblia
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