quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Tips & Tricks - Dicas para Bloggers

Já tem algum tempo que gostaria de postar umas dicas para os blogueiros que nos visitam.

Segue alguns truques do mundo blogger.

Retirando a barra superior (navbar) do Blogger:

Basta ir em layout, depois "editar html" e após as definições do "body", que fica logo no início do html, acrescentar o seguinte código:



Caixa de pesquisa:

Por ter tirado a navbar não há mais a opção de busca no seu blog, então utilize a mesma ferramenta de pesquisa do blogger em forma de searchbox. Vá em layout e adicione um elemento de página html/javasript, inserindo o código abaixo:



Posts recentes:

Você pode inserir uma relação dos posts mais recentes na barra lateral manualmente, incluindo um link cada vez que atualiza o blog, ou pode deixar que seus feeds façam o trabalho de forma automática, bastando seguir o caminho: layout, adicionar um elemento de página, feed. O endereço padrão de feed do blogger é http://SEU BLOG.blogspot.com/feeds/posts/default

Todos os posts:

Caso queira exibir todos os seus posts de forma que eles "rolem" (scrolling links) e não ocupem espaço na sidebar, apenas adicione o código (como html/javascript) acrescentando quantas linhas forem necessárias para todos os seus links:



Recomendo que antes de fazer quaisquer dessas alterações no seu blog, faça um backup do mesmo. Primeiro do template: vá em layout, editar html e baixar modelo completo. Aproveire e faça um backup também dos seus posts com o Blogger Backup, cujo tutorial a Juliana preparou.

Fontes para esta postagem:
Blosque
Dicas Blogger
Tips for New Bloggers

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Asas Quebradas

"Eu sou o Deus de Teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus." ( Livro do Êxodo, 3.6)

Há um velho provérbio anglo-saxônico que diz: "um pássaro com asa quebrada nunca mais voará tão alto". Em outras palavras, uma vez que nós tenhamos caído, jamais conseguiremos nos levantar totalmente como dantes. Uma vez caído, sempre caído. "Afinal, não se pode esperar muito de um pássaro com a asa quebrada".

Como parecem soar sábias as palavras deste trecho agridoce da poesia de Hezekiah Butterworth; pelo menos, até o ponto em que iluminamos com a lanterna poderosa das Escrituras, quando tal sabedoria revela-se inconsistente, espúria e sem lastro bíblico.

Na verdade, se fôssemos dar outro nome adequado à Palavra de Deus, deveríamos chamá-la de "A Galeria das Asas Quebradas" – homens que falharam, caíram - muitos deles fragorosamente -, mas que pelas cordas da misericórdia de Deus e de Sua graça incompreensível, foram guindados de seus fracassos às alturas dos grandes heróis da fé.

Como é bom pensarmos que o nosso Deus é o Deus de Abraão – que mentiu gritantemente, falseando a verdade, e mesmo depois de ter mentido por duas vezes foi reconhecido como "o amigo de Deus". Com sua "asa quebrada", Abraão voou mais alto do que ele ou qualquer outro havia voado.

Como é bom pensarmos que o nosso Deus é o Deus de Jacó – trapaceiro e enganador – na maioria das vezes sem quaisquer escrúpulos – candidato in extremis a caso perdido. Contudo, não obstante a esse "currículo invejável" Deus o elevou de tal modo que o seu velho nome não pôde conter tanta glória, e de Jacó, passou a chamar-se Israel.

Como é bom pensarmos que o nosso Deus é o Deus de Raabe, a prostituta, mulher da zona de meretrício. Como Deus a usou não obstante a sua baixa reputação! A despeito de suas asas quebradas, Deus a escolheu como um instrumento, não só para salvar a vida de dois de seus corajosos servos, como para trazer o Seu Filho ao mundo. Nunca "asas quebradas" voaram tão alto na graça de Deus.

Como é bom saber que o nosso Deus é o Deus de Davi, que embora Seu servo, aquinhoado com toda sorte de bênçãos, inebriado pelas tépidas ilusões do pecado, entregou-se a flagelante malignidade do adultério e do assassínio. Contudo, suas "asas quebradas" não lhe impediram de ser chamado o homem segundo o coração de Deus.

Sim! A Bíblia é a galeria das "Asas Quebradas". Porque o nosso Deus é o Deus que prefere usar pessoas de asas quebradas. Aliás, se Deus não fosse o Deus que usa "os de asas quebradas", nós não estaríamos lendo esse Pão Quente agora.

Todos esses grandes homens e mulheres que se tornaram os grandes heróis da fé, os gigantes dentre o povo de Deus, um dia tiveram as suas asas quebradas pelo deslize, pelo tombo do fracasso e do pecado. Deus os encontrou assim. E os fez voar como nunca antes feito e imaginado.

Quem sabe, no meio dessa conjuntura evangélica em que nós vivemos, onde somos levados por um legalismo exacerbado e farisaico a pensar que não há mais espaço nos planos de Deus para os que caem e deslizam, não estejamos nos sentindo descartados, riscados da agenda divina, deletados de Sua memória, jogados em Sua lixeira cósmica.

Moisés, que um dia esteve assim depois de seus fracassos como libertador, ouviu do Senhor uma palavra maravilhosa que lhe trouxe duas verdades acerca do Deus que ele mesmo desconhecia.

1.
Deus é o Deus dos Homens que Fracassam. Quando Deus disse a Moisés que Ele era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, aparentemente parecia estar listando os nomes dos primeiros superstars da Bíblia – superficial interpretação. Na verdade, o que Deus estava dizendo para Moisés quando cita os patriarcas é que Ele é Deus de Homens que fracassam. Todos eles tiveram as asas quebradas, fracassaram em algum ponto de suas vidas. deram com a cara no lodo da vida. Foram imperfeitos. Mas subiram às alturas porque souberam confiar no Deus que usa os homens, mesmo quando estes fracassam.

2.
Deus é o Deus da Segunda Chance. A rigor, todo homem fracassa, mais cedo ou mais tarde. Uns percebem isso mais cedo, outros mais tarde. Mas quando homens de Deus que um fracassaram conseguem galgar a galeria dos grandes heróis da fé é por que o nosso Deus é o Deus da segunda chance, da segunda oportunidade. É o Deus disposto a reescrever a nossa história. Aquele era a chance de Moisés descobrir isso de modo maravilhoso. Eu já tive o meu dia. Talvez hoje seja o seu.

Antes de pensar em desistir por causa de asas quebradas, gostaríamos que meditasse nisso. A Bíblia NÃO É UM LIVRO DE HOMENS PERFEITOS – É O LIVRO DE HOMENS RESTAURADOS PELA GRAÇA E O SANGUE DE JESUS.

Rev. José Kleber
Igreja Presbiteriana do Brasil

Restaure a Sua Simplicidade


Ao tempo da inocência eu quero voltar, ao tempo da
pureza eu quero voltar, da simplicidade com Pai,
humildade com Deus.....(Quatro por Um)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

A Realidade do Cristianismo

A verdadeira espiritualidade manifesta-se nos desejos dominantes. Desejos presentes e profundamente arraigados, suficientemente poderosos para motivar e controlar a vida.

1. Desejo de ser santo, antes que ser feliz

2. Desejo de ver Deus honrado com sua vida, mesmo que isto o leve a sofrer desonra ou perda temporária. O Homem desses ora: “santificado seja o teu nome” e acrescenta: “a qualquer custo Senhor”. Ele não tem necessidade de debater a matéria com seu coração; não há o que se debater. Suspira ofegante pela glória de Deus, como alguém asfixiado fica ofegando pelo ar.

3. Deseja levar a cruz, ou seja, estar ligado à pessoa de Cristo, submisso a seu senhorio e obediente a sua vontade.

4. Desejo de ver todas a coisas do ponto de vista de Deus. Atribui a todas as coisas o mesmo valor que é atribuído por Deus. Seu olhar não fica na superfície, mas penetra até o verdadeiro sentido das coisas.

5. Desejo de morrer na retidão do que viver no erro. Nunca admite negociar qualquer fundamento do cristianismo.

6. Desejo de ver outros cristãos acima Dele e fica feliz quando vê outros sendo promovidos e ele deixado de lado. Não há inveja em seu coração; quando seus irmãos são honrados, fica feliz.

7. Desejo de fazer julgamentos segundo a eternidade e não segundo os valores temporais. Conseqüentemente prefere ser útil a ser famoso, servir a ser servido.

Se Deus nos separou para ser objeto de Sua graça, podemos esperar que ele nos honre com mais estrita disciplina e com sofrimento maior do que os outros.O escultor não usa um estojo de manicuro para transformar o mármore informe e rude num espécime de beleza. A serra, o martelo e o cinze são instrumentos cruéis, mas sem eles, a tosca pedra será sempre destituída de forma e beleza.

Para fazer em nós a suprema obra de sua graça, Ele vai tirar do nosso coração tudo aquilo que mais amamos. Tudo aquilo que nos leva a confiarmos em nós mesmos. Cinzas amontoadas jazerão onde nossos tesouros mais preciosos costumavam estar.O que escrevo aqui não é nada original, todas as gerações de verdadeiros cristãos observaram esta verdade. No entanto é necessária dizê-lo a esta geração de “cristãos”, pois o tipo da mensagem atual não constitui nada tão sério e difícil como isto. Ao que parece, a busca do cristão moderno é de paz mental, alegria e apreciável prosperidade material, introduzidas como prova do favor divino.

Contudo, alguns compreenderão isso, ainda que seja pequeno número deles, e eles continuarão o sólido núcleo de santos praticantes tão seriamente necessário nesta hora grave, para que o verdadeiro cristianismo sobreviva.
“Deus nos chamou para o lado de Cristo”, escreveu um discípulo, “e agora o vento que está dando no rosto de Cristo nesta terra; e vendo que estais com Ele, não podeis esperar abrigo a sotavento ou do lado ensolarado da escarpa”.
A bela sensibilidade dessas palavras no diz que o vento está soprando no rosto de Cristo, e porque o seguimos, também temos o vento soprando em nosso rosto. Não devemos esperar menos.

O anseio pelo abrigo ensolarado é natural, ninguém gosta de andar no vento frio. Contudo os verdadeiros cristãos vem tendo que marchar com o vento dando em seus rostos através dos séculos.
O homem criou uma outra mensagem, oferecendo as pessoas o lado ensolarado da escarpa, na avidez de se conseguir novos adeptos. Elas acreditam em nós, e o primeiro vento frio as envia arrepiada a algum conselheiro para ver o que está errado; e essa é a última notícia que temos de muitas delas.

Os ensinamentos de Cristo revelam que ele é realista no melhor sentido da palavra. Em nenhuma parte do evangelho encontramos algo que seja visionário ou exageradamente otimista. Ele dizia toda a verdade a seus ouvintes e deixava que eles tomassem suas decisões. Ele podia entristecer-se com a retirada de um interessado que não podia enfrentar a verdade, nunca, porém, corria atrás dele para tentar ganhá-lo mediante róseas promessas. Ele queria que os homens o seguissem sabendo o preço, ou, se não, deixava que seguissem os seus caminhos.
Isso é simplesmente dizer que Cristo é honesto. Ele nunca será popular entre os que se perdem e sabe que seus seguidores não precisam esperar popularidade. O vento que sopra em seu rosto será sentido por todos que viajam com Ele.

Atender ao real chamado de Cristo muda de fato o pecador, mas não muda o mundo. O vento continua soprando em direção ao inferno, e o homem que caminhar na direção oposta terá o vento batendo no rosto. É importante considerarmos esta realidade espiritual. Se as insondáveis riquezas de Cristo não merecem que por elas soframos, é bom saber disso agora e parar de brincar de religião.

O livro de Atos é a história de homens e mulheres que expunham o rosto ao rijo vento da perseguição e do prejuízo, e seguiam a Cristo a qualquer preço. Sabiam que o mundo odiou Cristo, e os odiava por causa Dele; mas mantiveram-se inabaláveis.
A fé vê de longe a vitória de Cristo e se dispõe a padecer qualquer coisa para ser participante dela. A incredulidade não está segura de coisa alguma, exceto que odeia o vento e aprecia a costa ensolarada da colina. Cada pessoa terá que decidir sozinha, se poderá arcar ou não com o terrível fausto da incredulidade.
(A. W. Tozer)

No Centro da Tua Vontade

No centro da Tua vontade, ó Pai
Eu quero estar
Viver para Ti
Te obedecer

Sei que não posso estar
Com o coração impuro
Ou sujas as mãos
Eu não poderei
Contigo habitar
No santo lugar
Não, não poderei

Então leva-me
Onde com os meus pés não posso ir
Onde tudo em Ti me completa
Me restaura, me refaz

Leva-me
Onde o meu sorriso é mais gostoso
Onde as lágrimas são de alegria
Onde existe só Você e eu

Leva-me...

Henrique Gandra (part. Nívea Soares) - No Centro da Tua Vontade

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

O que o Natal significa para mim (por C. S. Lewis)

Resumo: Uma crítica de C.S. Lewis (autor de As Crônicas de Nárnia e A Abolição do Homem) ao excessivo viés comercial surgido em torno do Natal.

Há três coisas que levam o nome de "Natal". A primeira é a festa religiosa. Ela é importante e obrigatória para os cristãos mas, já que não é do interesse de todos, não vou dizer mais nada sobre ela. A segunda (ela tem conexões histórias com a primeira, mas não precisamos falar disso aqui) é o feriado popular, uma ocasião para confraternização e hospitalidade. Se fosse da minha conta ter uma "opinião" sobre isso, eu diria que aprovo essa confraternização. Mas o que eu aprovo ainda mais é cada um cuidar da sua própria vida. Não vejo razão para ficar dando opiniões sobre como as pessoas devam gastar seu dinheiro e seu tempo com os amigos. É bem provável que elas queiram minha opinião tanto quanto eu quero a delas. Mas a terceira coisa a que se chama "Natal" é, infelizmente, da conta de todo mundo.

Refiro-me à chantagem comercial. A troca de presentes era apenas um pequeno ingrediente da antiga festividade inglesa. O Sr. Pickwick levou um bacalhau a Dingley Dell [1]; o arrependido Scrooge [2] encomendou um peru para seu secretário; os amantes mandavam presentes de amor; as crianças ganhavam brinquedos e frutas. Mas a idéia de que não apenas todos os amigos mas também todos os conhecidos devam dar presentes uns aos outros, ou pelo menos enviar cartões, é já bem recente e tem sido forçada sobre nós pelos lojistas. Nenhuma destas circunstâncias é, em si, uma razão para condená-la. Eu a condeno nos seguintes termos.

1. No cômputo geral, a coisa é bem mais dolorosa do que prazerosa. Basta passar a noite de Natal com uma família que tenta seguir a 'tradição' (no sentido comercial do termo) para constatar que a coisa toda é um pesadelo. Bem antes do 25 de dezembro as pessoas já estão acabadas – fisicamente acabadas pelas semanas de luta diária em lojas lotadas, mentalmente acabadas pelo esforço de lembrar todas as pessoas a serem presenteadas e se os presentes se encaixam nos gostos de cada um. Elas não estão dispostas para a confraternização; muito menos (se quisessem) para participar de um ato religioso. Pela cara delas, parece que uma longa doença tomou conta da casa.

2. Quase tudo o que acontece é involuntário. A regra moderna diz que qualquer pessoa pode forçar você a dar-lhe um presente se ela antes jogar um presente no seu colo. É quase uma chantagem. Quem nunca ouviu o lamento desesperado e injurioso do sujeito que, achando que enfim a chateação toda terminou, de repente recebe um presente inesperado da Sra. Fulana (que mal sabemos quem é) e se vê obrigado a voltar para as tenebrosas lojas para comprar-lhe um presente de volta?

3. Há coisas que são dadas de presente que nenhum mortal pensaria em comprar para si – tralhas inúteis e barulhentas que são tidas como 'novidades' porque ninguém foi tolo o bastante em adquiri-las. Será que realmente não temos utilidade melhor para os talentos humanos do que gastá-los com essas futilidades?

4. A chateação. Afinal, em meio à algazarra, ainda temos nossas compras normais e necessárias, e nessa época o trabalho em fazê-las triplica.

Dizem que essa loucura toda é necessária porque faz bem para a economia. Pois esse é mais um sintoma da condição lunática em que vive nosso país – na verdade, o mundo todo –, no qual as pessoas se persuadem mutuamente a comprar coisas. Eu realmente não sei como acabar com isso. Mas será que é meu dever comprar e receber montanhas de porcarias todo Natal só para ajudar os lojistas? Se continuar desse jeito, daqui a pouco eu vou dar dinheiro a eles por nada e contabilizar como caridade. Por nada? Bem, melhor por nada do que por insanidade.
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Publicado originalmente em God in the dock -- Essays on Theology and Ethics (Deus no banco dos réus – Ensaios sobre Teologia e Ética), 1957.
[1] Samuel Pickwick é o personagem principal de Pickwick Papers, romance de Charles Dickens no qual suas aventuras são narradas. Dingley Dell é o nome de uma fazenda, um dos cenários do romance. (N. do T.)
[2] Referência ao avarento milionário Ebenezer Scrooge, personagem da obra Um Conto de Natal, de Charles Dickens. (N. do T.)
Tradução: © 2006 MidiaSemMascara.org

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

É razoável afirmar que Deus não existe?

Dois amigos, um cristão e um ateu, discutem no corredor da universidade, quando o segundo esbraveja:

José: Mas é claro que Deus não existe!

Pedro: Como você pode dizer uma coisa dessas?

José: Simples, não posso vê-lo, logo Ele não existe.

Pedro: Não seria esse um argumento primário e infantil?

José: Claro que não.

Pedro: Engraçado, ontem mesmo conversava com meu sobrinho de 9 anos. Perguntei a ele qual dos dois lugares era mais longe: a lua ou Minas Gerais. Ele me disse: “Minas Gerais. A lua eu posso ver, Minas, não”.

José: Não tem nada a ver uma coisa com a outra.

Pedro: Ok, ok... falei brincando, mas eu realmente acho que os dois argumentos seguem a mesma “lógica”. Bom, devido ao tempo, não pretendo provar a existência de Deus. Entretanto, queria apenas demonstrar que não é razoável afirmar que Deus não existe.

José: Prossiga.

Pedro: Bom, se eu afirmar “Não existe uma pedra rosa com pontos amarelos no universo” o que você me diria?

José: Responderia algo do gênero: “Como você sabe disso? O universo é muito grande e tua mente é limitada”.

Pedro: Exatamente. Eu teria de conhecer todo o universo para fazer uma afirmação negativa absoluta desse porte, negando a existência da tal pedra. Qualquer estudante iniciante de filosofia deveria saber que não se pode afirmar o negativo de forma absoluta em certos casos. Ele pode apenas afirmar que tem motivos para acreditar que algo não exista, ou seja, que existem evidências apontando em outra direção.

José: Acho que entendo.

Pedro: Da mesma forma, o ateu não pode afirmar que Deus não existe. Quando afirma isso, ele está pressupondo que tem conhecimento absoluto e infinito para negar que exista alguém (Deus) com conhecimento absoluto e infinito. Percebe a incoerência?

José: Acho que sim...

Pedro: Por isso que até mesmo ateus ferrenhos como Bertrand Russell, quando perceberam a incoerência, mudaram sua postura.

José: Peraí, você está me dizendo que Bertrand Russel passou a acreditar em Deus?

Pedro: Não, não foi isso o que eu disse. Apenas disse que ele percebeu que não podia fazer uma afirmação negativa no absoluto desse gênero. Mas ele continuou não crendo em Deus por acreditar que não existem provas o suficiente para a Sua existência.

José: Ah, sim.

Pedro: Muitas pessoas têm dúvidas honestas em relação a Deus, se Ele existe ou não, e nós, cristãos, devemos respeitá-las e dialogar com elas a respeito das evidências que o Criador nos deixou. Mas precisamos mostrar a incoerência de seus argumentos de forma lógica.

José: Percebo.

Pedro: Que bom... outra hora podemos conversar sobre as várias evidências que apontam para um Criador Inteligente. Estou atrasado para a aula.

José: Obrigado! Até logo! Minha aula também já começou...


Autor: Saulo Rodrigo do Amaral

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A Obra de Deus

Permite-me certificar-te de que isso não se obtém a não ser por meio de dor, sofrimento e trabalho, e será alcançado por meio de uma vereda que decepcionará profundamente tuas expectativas. Não obstante, se estiveres completamente convencido de que é sobre a esterilidade do homem que Deus estabelece Suas maiores obras, estarás, em parte, protegido contra a decepção ou surpresa. Ele destrói para poder edificar, pois quando está prestes a edificar Seu sagrado templo em nós, Ele primeiro arrasa totalmente esse fútil e pomposo edifício que as artes e os esforços humanos erigiram, e, de suas terríveis ruínas, uma nova estrutura é formada, somente pelo Seu poder.

Ó, que tu possas compreender a profundidade deste mistério e aprender os segredos da conduta de Deus, revelados às criancinhas, mas ocultos aos sábios e grandes deste mundo, que se consideram os conselheiros do Senhor, e capazes de investigar Seus métodos, e supõem que obtiveram essa divina sabedoria, oculta aos olhos de todos aqueles que vivem em si mesmos e estão envoltos em suas próprias obras. Quem, por um vivo engenho e elevadas faculdades, sobe ao Céu e pensa compreender a altura, profundidade e largura de Deus? Esta sabedoria divina é desconhecida, mesmo para aqueles que passam pelo mundo como pessoas de extraordinário conhecimento e iluminação. Quem, então, a conhece, e quem nos pode revelar algumas de suas incógnitas? A destruição e a morte asseguram-nos que eles escutaram com seus ouvidos acerca de sua fama e renome. É, portanto, morrendo para todas as coisas, e estando verdadeiramente desatentos a elas, seguindo adiante em direção a Deus, e existindo somente Nele, que chegamos a algum conhecimento da verdadeira sabedoria. Ó, quão pouco se sabe de seus caminhos e de sua conduta para com os seus servos eleitos.
(Madame Guyon)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Crer é Também Pensar (Audiobook)

Encerrando os posts sobre essa importante obra, incluo o audiobook para que possam ouvir quando assim quiserem. Também segue o link do e-book.

John Stott










*O arquivo não está mais disponível.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Scraps (by CS Lewis)

"Você está sempre me deixando para baixo", disse eu para meu corpo. "Deixando você para baixo!", retrucou meu corpo. "Gostei dessa! Quem me levou a gostar de cigarro e álcool? Você, é claro, com essa sua idéia idiota de adolescente de já ser 'crescidinho' . Meu paladar, nas primeiras vezes, relutou aos dois: mas você deu seu jeito. Quem colocou um fim em todos aqueles pensamentos de raiva e vingança ontem à noite? Eu, é claro, insistindo em que você fosse dormir. Quem faz o seu melhor para evitar que você fale ou coma muito, fazendo com que sua garganta fique seca ou dando a você dores de cabeça e indigestão? Ãh?" "E quanto ao sexo?", disse eu. "Ah, claro, e quanto a isso?", replicou o corpo. "Se você e essa sua mente infeliz tivessem me deixado em paz eu não teria te dado problemas. É sempre a alma; você me dá ordens e depois me culpa por cumpri-las".

(Cs Lewis)

Trad. Saulo R. do Amaral.

Ser Cristão

Não poderia deixar de fora esse quadro resumo que o A.W. Tozer brilhantemente projetou com tanta precisão de tudo o que representa ser cristão. Tozer precisa ser lido na atualidade. É um forte apelo para resgatarmos valores essenciais do evangelho que foram perdidos no meio da Igreja. Temos muito a aprender com ele.




  • Um cristão verdadeiro é uma pessoa estranha em todos os sentidos.
  • Ele sente um amor supremo por alguém que ele nunca viu;
  • Conversa familiarmente todos os dias com alguém que não pode ver;
  • Espera ir para o céu pelos méritos de outro;
  • Esvazia-se para que possa estar cheio;
  • Admite estar errado para que posa ser declarado certo;
  • Desce para que possa ir para o alto;
  • É mais forte quando ele é mais fraco;
  • É mais rico quando é mais pobre;
  • Mais feliz quando se sente o pior;
  • Ele morre para que possa viver;
  • Renuncia para que possa ter;
  • Doa para que possa manter;
  • Vê o invisível, ouve o inaudível e conhece o que excede todo o entendimento.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O Culto Verdadeiro

Gosto muito daquele caso que um ministro americano, o já falecido Dr. Rufus M. Jones, costumava contar. Ele acreditava na importância do intelecto na pregação. Porém um membro de sua congregação fez objeção a essa ênfase e escreveu-lhe queixando-se:

“Quando vou à igreja”, disse em sua crítica, “sinto-me como se tivesse desenrolando a minha cabeça e a colocando por sob o assento , pois numa reunião religiosa não tenho necessidade alguma de usar o que se acha acima do meu colarinho!"

Prestar culto dessa forma, sem fazer uso da mente, certamente é o que se fazia na cidade pagã de Atenas, onde Paulo encontrou um altar dedicado “ao deus desconhecido”. Mas essa forma de culto não serve para os cristãos. O apóstolo não se sentira satisfeito em deixar os atenienses em sua ignorância. Prosseguiu proclamando-lhes a natureza e as obras do Deus que cultuavam na ignorância. Pois sabia que somente o culto inteligente é aceitável por Deus, o culto verdadeiro, o culto prestado por aqueles que conhecem a quem adoram, e que o amam “de todo o entendimento”.

Os salmos eram o grande hinário da igreja do Velho Testamento, e hoje em dia ainda são cantados nos cultos cristãos. Neles temos, pois, um meio de sabermos como deve ser o culto verdadeiro. A definição básica de culto nos Salmos é “louvar o nome do Senhor”, ou “tributar ao Senhor a glória devida ao eu nome”. E ao inquirirmos o que significa o seu “nome”, verificaremos que é a soma total de tudo o que Ele é e fez.

Em particular, ele é cultuado nos Salmos tanto como o Criador do mundo como o Redentor de Israel, e os salmistas se comprazem em adorá-lo dando uma lista enorme das obras de Deus, relativas à criação e à redenção.

O Salmo 104, por exemplo, expressa a incontável maravilha da sabedoria e Deus em suas múltiplas obras no céu e na terra, na vida animal e vegetal, entre as aves, os mamíferos e os “seres sem conta” existentes em abundância nos mares e grandes oceanos.

O Salmo 105, por outro lado, exalta um outro aspecto das “obras maravilhosas” de Deus, a saber, o tratamento especial que dedicou ao povo da sua aliança. Narra a história dos séculos, as promessas e Deus a Abraão, Isaque e Jacó; sua providência para com José do Egito, tirando-o da prisão para a honrosa posição de grande senhor; seus atos poderosos feitos através de Moisés e Arão, enviando as pragas e libertando o povo; sua provisão àquela gente no deserto e o seu poder que fez com que herdassem a terra prometida. O Salmo 106 repete em grande parte a mesma história, mas enfoca desta vez a paciência de Deus com o seu povo, que vivia se esquecendo de suas obras, desobedecendo suas promessas e se rebelando contra seus mandamentos.

O Salmo 107 louva a Deus pelo seu permanente amor, que vem de encontro às necessidades de diferentes grupos de pessoas: de viajantes perdidos no deserto, de prisioneiros desfalecendo em calabouços, de enfermos à beira da morte, de navegantes apanhados numa grande tempestade. Todos estes “na sua angústia clamaram ao Senhor e Ele os livrou das suas tribulações”. Assim, “rendam graças ao Senhor por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens!"

Meu último exemplo é o Salmo 136. Aqui o mesmo refrão litúrgico se repete em cada versículo: “porque a sua misericórdia dura para sempre”. E as chamadas para render graças ao Senhor por Sua bondade começam com a Sua criação dos céus, da terra, do sol, da lua e das estrelas, prosseguindo daí com a Sua redenção de Israel do Egito, e com os reis amorreus, a fim de dar-lhes Sua terra em herança.

Bastam estes exemplos para mostrar que Israel não cultuava a Deus na forma de uma divindade distante ou abstrata, mas como o Senhor da natureza e das nações, como alguém que se revelara através de atos concretos, criando e mantendo o seu mundo, redimindo e preservando o seu povo. Israel tinha bons motivos para adorá-lo pela sua bondade, por suas obras e por “todos os seus benefícios”.

A estes poderosos feitos de Deus (o Deus criador e o Deus da aliança), os cristãos acrescentam o ato de Deus mais poderoso do que todos os demais: o nascimento, a vida, a morte e a glorificação de Jesus; o seu Dom do Espírito Santo; e a sua nova criação, a Igreja.

Esta é a história do Novo Testamento, e é por isso que tanto os textos do Velho como do Novo Testamento, juntos, com uma exposição bíblica, constituem hoje uma parte indispensável do culto cristão.

Somente quando de novo ouvimos sobre o que Deus já fez encontramo-nos em condições de retribuir-lhe com a nossa adoração e o nosso culto. É também por este motivo que a leitura e a meditação da Bíblia são uma parte muito importante na devoção pessoal do cristão.

Todo culto cristão, seja ele público ou pessoal, deve ser uma resposta inteligente à auto-revelação de Deus, por suas palavras, e suas obras registradas nas Escrituras.

É neste contexto que, de passagem, se pode fazer uma referência ao “falar em outras línguas”. Qualquer que tenha sido a glossolalia no Novo Testamento - se um Dom de línguas estanhas ou a expressão de sons em êxtase - o certo é que as palavras eram ininteligíveis a quem as proferia. Por isso mesmo foi que Paulo proibiu falar em línguas em público, se não houvesse quem traduzisse ou interpretasse; e desencorajou a sua realização ou devoção pessoal, se a pessoa permanecesse sem entender o que dizia. Escreveu ele: “Pelo que, o que fala em outra língua, ore para que a possa interpretar. Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente..."

Noutras palavras, Paulo não podia admitir nenhuma oração, nenhum culto, em que a mente permanecesse estéril ou inativa. Ele insistiu que em todo culto verdadeiro a mente tem de ser completamente empenhada, de modo a dar frutos. O prazer dos coríntios para com o culto ininteligível era algo infantil. Quanto ao mal, disse-lhes para serem como crianças e inocentes o quanto fosse possível, mas acrescentou: “no modo de pensar, sejam adultos”.

O culto cristão não será perfeito senão no céu, pois até então conheceremos a Deus como Ele é, e daí somente então teremos condições de adorá-lo de maneira própria.

(Mais uma pitadela de "Crer é Também Pensar" de John Stott)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Cristianismo de Mente Vazia

O que Paulo escreveu acerca dos judeus não crentes de seu tempo poderia ser dito, creio, com respeito a alguns crentes de hoje: “Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento”. Muitos têm zelo sem conhecimento, entusiasmo sem esclarecimento. Em outras palavras, são inteligentes, mas faltam-lhes orientação.

Dou graças a Deus pelo zelo. Que jamais o conhecimento sem zelo tome o lugar do zelo sem conhecimento! O propósito de Deus inclui os dois: o zelo dirigido pelo conhecimento, e o conhecimento inflamado pelo zelo. É como ouvi certa vez o Dr. John Mackay dizer, quando era presidente do Seminário de Princeton: “A entrega sem reflexão é fanatismo em ação, mas a reflexão sem entrega é a paralisia de toda ação”.

O espírito de anti-intelectualismo é corrente hoje em dia. No mundo moderno multiplicam-se os programatistas, para os quais a primeira pergunta acerca de qualquer idéia não é: “É verdade?” mas sim: “Será que funciona?”. Os Jovens têm a tendência de ser ativistas, dedicados na defesa de uma causa, todavia nem sempre verificam com cuidado se sua causa é um fim digno de sua dedicação, ou se o modo como procedem é o melhor meio para alcançá-lo. Um universitário de Melbourne, Austrália, ao assistir a uma conferência na Suécia, soube que um movimento de protesto estudantil começara em sua própria universidade. Ele retorcia as mãos, desconsolado. “Eu devia estar lá”, desabafou, “para participar. O protesto é contra o que?” Ele tinha zelo sem conhecimento.

Mordecai Richler , um comentarista canadense, foi muito claro a esse respeito: “O que me faz Ter medo com respeito a esta geração é o quanto ela se apóia na ignorância. Ser o desconhecimento geral continuar a crescer, algum dia alguém se levantará de um povoado por aí dizendo Ter inventado... a roda”.

Este mesmo espectro de anti-intelectualismo surge freqüentemente para perturbar a Igreja cristã. Considera a teologia com desprazer e desconfiança. Vou dar alguns exemplos.
Os católicos quase sempre têm dado uma grande ênfase no ritual e na sua correta conduta. Isso tem sido, pelo menos, uma das características tradicionais do catolicismo, embora muitos católicos contemporâneos (influenciados pelo movimento litúrgico) prefiram o ritual simples, para não dizer o austero. Observe-se que o cerimonial aparente não deve ser desprezado quando se trata de uma expressão clara e decorosa da verdade bíblica. O perigo do ritual é que facilmente se degenera em ritualismo, ou seja, numa mera celebração em que a cerimônia se torna um fim em si mesma, um substituto sem significado ao culto racional.

Por outro lado, há cristãos radicais que concentram suas energias na ação política e social. A preocupação do movimento ecumênico não é mais ecumenismo em si, ou planos de união de igrejas, ou questões de fé e disciplina; muito pelo contrário, preocupa-se com problema de dar alimento aos famintos, casa aos que não tem moradia; com o combate ao racismo, com os direitos dos oprimidos; com a promoção de programas de ajuda aos países em desenvolvimento, e com o apoio aos movimentos revolucionários do terceiro mundo. Embora as questões da violência e do envolvimento cristão na política sejam controvertidos, de uma maneira geral deve-se aceitar que luta pelo bem estar, pela dignidade e pela liberdade de todo homem, é da essência da vida cristã. Entretanto, historicamente falando, essa nova preocupação deve muito de seu ímpeto à difundida frustração de que jamais se alcançará um acordo em matéria de doutrina. O ativismo ecumênico desenvolve-se com reação à tarefa de formulação teológica, a qual não pode ser evitada, se é que as igrejas neste mundo devam ser reformadas e renovadas, para não dizer, unidas.

Grupos de cristãos pentecostais, muitos dos quais fazem da experiência o principal critério da verdade. Pondo de lado a questão da validade do que buscam e declaram, uma das características mais séria, de pelo menos alguns neo-pentecostais, é o seu declarado anti-intelectualismo.

Um dos líderes desse movimento disse recentemente, a propósito dos católicos pentecostais, que no fundo o que importa ”não é a doutrina, mas a experiência”. Isso equivale a por nossa experiência subjetiva acima da verdade de Deus revelada. Outros dizem crer que Deus propositadamente dá às pessoas uma expressão inteligente a fim de evitar a passagem por suas mentes orgulhosas, que ficam assim humilhadas. Pois bem. Deus certamente humilha o orgulho dos homens, mas não despreza a mente que ele próprio criou.

Estas três ênfases - a de muitos católicos no ritual, a de radicais na ação social, e a de alguns pentecostais na experiência - são, até certo ponto, sintomas de uma só doença, o anti-intelectualismo.

São válvulas de escape para fugir à responsabilidade, dada por Deus, do uso cristão de nossas mentes.Num enfoque negativo, eu daria como substituto este trabalho “a miséria e a ameaça do cristianismo de mente vazia”. Mais positivamente, pretendo apresentar resumidamente o lugar da mente na vida cristã... Não estou em defesa de uma vida cristã seca, sem humor, teórica, mas sim de uma viva devoção inflamada pelo fogo da verdade. Anseio por esse equilíbrio bíblico, evitando-se os extremos do fanatismo. Apressar-me-ei em dizer que o remédio para uma visão exagerada do intelecto não é nem depreciá-lo, nem negligenciá-lo, mas mantê-lo no lugar indicado por Deus, cumprindo o papel que ele lhe deu.

(Trecho do Livro "Crer é Também Pensar" de John Stott)

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Não por força nem por poder

“Não adianta nada me dar uma peça como Hamlet ou Rei Lear e me dizer para escrever uma peça assim. Shakespeare conseguia – eu não. E não adianta nada me mostrar uma vida como a vida de Jesus e me dizer para viver uma vida assim. Jesus conseguia – eu não. Mas se a genialidade de Shakespeare pudesse vir e habitar em mim, então eu poderia escrever uma peça como essas. E se o Espírito pudesse vir para dentro de mim, então eu poderia viver uma vida como a dEle.”

*William Temple, arcebispo na década de 1940, citado por John Stott em seu último sermão público.

Agradecimento

Venho agradecer publicamente ao Sound Master do excelente Música Cristã MP3 (Som Cristão) por generosamente incluir um link para cá. Para um blog que está iniciando, é de enorme valia. Obrigado por suas palavras.

Também a Karine, que gentilmente fez o logo do blog.
Que o Eterno os agracie.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

"Sob a Lei" e "Obras da Lei"

Grande parte da teologia cristã relativa à Torah baseia-se no entendimento errôneo de duas expressões gregas inventadas por Sha’ul. A primeira é upo nomon; surge 10 vezes em Romanos, 1Coríntios e Gálatas e é, em geral, traduzida como “sob a lei”. A outra é erga nomou, encontrada, com pequenas variações, 10 vezes em Romanos e Gálatas e traduzida como “obras da lei”.

O que quer que Sha’ul esteja tentando transmitir com estas expressões, uma coisa é clara: ele as considera negativamente – estar “sob a lei” é mau, e as “obras da lei” são más. A teologia cristã considera, em geral, que a primeira significa “dentro da estrutura de observância da Torah” e a segunda, “atos de obediência à Torah”. Esta maneira de ver é errônea. Sha’ul não considera mau viver de acordo com a estrutura da Torah, nem que seja mau obedecer a ela; pelo contrário, escreve que a Torah é “santa, justa e boa” (Romanos 7:12).

C.E.B. Cranfield esclareceu estas duas frases; seu primeiro ensaio relativo ao assunto foi publicado em 1964 (3) e ele o resumiu em seu extraordinário comentário sobre Romanos (4), onde escreve:

... a língua grega, no tempo de Paulo, não possuía grupo de palavras correspondente a nosso “legalismo”, “legalista” e “legalístico”. Isto significa que ele não dispunha de terminologia adequada para expressar uma distinção vital, encontrando-se assim, com certeza, cerceado na tarefa de esclarecer a posição cristã referente à lei. Diante disto deveríamos estar sempre, parece-me, dispostos a enfrentar a possibilidade de que as declarações paulinas, que a princípio parecem depreciar a lei, voltavam-se na verdade não contra a própria lei, e sim contra aquela má compreensão e mau uso da lei, para os quais dispomos agora de terminologia adequada. Neste terreno muito difícil, Paulo foi pioneiro”. (5)

Se Cranfield tem razão, conforme creio, deveríamos abordar Sha’ul com o mesmo espírito pioneiro. Deveríamos entender erga nomou não como “obras da lei”, e sim como “observância legalista de determinados mandamentos da Torah”. De igual modo, deveríamos entender que upo nomon não significa “sob a lei”, e sim “em sujeição ao sistema que resulta de perverter a Torah em legalismo”. É assim que estas expressões são traduzidas no Novo Testamento Judaico.

A expressão “em sujeição” é importante porque o contexto de upo nomon transmite sempre um elemento opressivo. Sha’ul é bem claro a respeito, conforme se verifica em 1Coríntios 9:20 onde, depois de dizer que para os que não tinham a Torah ele se tornara como alguém sem a Torah, sublinhou que ele próprio não era sem Torah e sim ennomos Christou, “na lei”, ou “na Torah do Messias”. Ele usou um termo diferente, ennomos em lugar de upo nomon, para distinguir seu relacionamento livre de opressão com a Torah, agora que estava unido ao Messias, do sentimento de opressão que notava nas pessoas (gentios, provavelmente.(6)) que, em vez de se relacionarem alegremente com a Torah santa, justa e boa de D’us, submetiam-se a uma perversão legalística dela.

Se as traduções acima de upo nomon e erga nomou fossem usadas nas 20 passagens onde tais frases ocorrem, creio que isso modificaria para melhor a teologia cristã da Torah.
Notas – Pág. 166

(3) – C.E.B. Cranfield, “St. Paul and the Law”, no Scottish Journal of Theology (1964), pp. 43-68.
(4) – C.E.B. Cranfield, Romans (International Critical Commentary) (Edinburgo, T. & T. Clark, Ltd., 1981) volume 2, pp. 845-862.
(5) – Ibid., p. 853.
(6) – Sha’ul já mencionou os judeus em 1 Coríntios 9:20; “aqueles sob a lei” são outra categoria, isto é, gentios judaizados. Ler minhas notas relativas a este versículo no Jewish New Testament (op. cit., no cap. II, nota 20).

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Mosaico sobre fé e razão (mistura de Aquino, Chesterton, Lewis e Agostinho)

Por que ensinar a Fé cristã?
Três coisas são necessárias para a salvação do homem: saber o que deve crer, saber o que deve desejar, saber o que deve fazer. Ensinar alguém para trazê-lo à Fé é tarefa de todo e qualquer pregador, e até de todo e qualquer crente. Por isso, a importância estudar a Palavra e a apologética cristã. Devemos pedir ao Senhor que nos dê agudeza para entender, capacidade para reter, método e faculdade para aprender, sutileza para interpretar, graça e abundância para falar, acerto ao começar, direção ao progredir e perfeição ao concluir nosso entendimento da Palavra.

Por que aprender a Fé cristã?
Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe: outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é amor. Aprender do Evangelho serve para edificação, tanto dos cristãos como, principalmente, dos que não conhecem a Cristo, que lhes justifica. Pregar o Evangelho é demonstrar prudência e amor!

A Fé cristã anula a razão?
Tornar-se cristão não significa deixar de pensar, mas que se aprende a pensar, a partir dos mistérios de Deus. Não podemos ser fideístas, que crêem que a fé anula a razão; e, muito menos, racionalistas, que crêem a razão humana sustentar todas as coisas. Deus criou ambas para se complementarem.

A Fé e a ciência se excluem?
Hoje em dia, com o cientificismo, o homem perdeu a capacidade de admirar e de sentir o mistério das coisas, reflexo do mistério de Deus. A ciência diz explicar tudo, e anula todo o mistério, com seu conhecimento raso e superficial. Em relação ao racionalismo científico, eis o que diz Chesterton: «Assim como tomamos o círculo para o símbolo da razão e da loucura, muito bem podemos tomar a cruz para o símbolo do mistério e da saúde. O budismo é centrípeta, mas o cristianismo é centrífugo: jorra e se expande. O círculo é perfeito e infinito por natureza, mas ele está para sempre amarrado a suas dimensões, não podendo crescer ou diminuir, já que na sua definição o raio é constante. Mas a cruz, embora tenha no centro uma colisão e uma contradição, pode sempre estender os braços sem modificar sua forma. Pelo fato de abrigar um paradoxo em seu centro, a cruz pode crescer sem mudar. O círculo volta-se sobre si mesmo como prisioneiro. A cruz abre seus braços aos quatro ventos e serve de marco indicador aos viajantes livres.»

A Cruz nos abre o horizonte, inclusive para a ciência. Assim, cremos para entender e entendemos para crer. O Cristianismo é como um sol: através dele vemos todas as coisas. Cremos no Cristianismo assim como cremos que o sol nasce todos os dias; não por que podemos vê-lo, tão-somente, mas porque, através dele vemos todas as outras coisas.

Dessa forma, a Palavra de Deus é ponto de partida para entendermos o mundo e, verdadeiramente, começarmos a pensar e reflexionar sobre a nossa vida! Essa é a verdadeira ciência e filosofia (amor à Sabedoria)!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Meu padrasto, CS Lewis

4 de outubro de 2007Jornal The Guardian(Por ocasião da re-estréia da peça Shadowlans em Londres)
Retirado de:
https://www.theguardian.com/books/2007/oct/04/cslewis.fiction

Meu padrasto, CS Lewis
por Douglas Gresham

Muitos escreveram sobre ele, mas a maioria via o autor das Crônicas de Nárnia como um intelectual isolado. Aqui, o enteado de Lewis, Douglas Gresham, recorda um herói.

A hoje famosa peça Terra das Sombras, que está prestes a re-estrear no West End de Londres, é uma de muitas obras sobre o meu falecido padrasto, CS Lewis. Foram feitos livros (muitos livros, dos quais eu escrevi dois), peças, filmes e até músicas sobre ele. Essas obras variam entre boas, ruins e horríveis, a maioria escrita por pessoas que mal o conheciam ou mesmo não o conheciam ao todo. Elas podem te dizer (com vários graus de inexatidão) o que ele era, onde ele esteve, quando e o que ele fez, mas quase nenhuma delas pode te dizer quem ele era.

Enquanto ele viveu, eu nunca conheci “CS Lewis”, o nome nas lombadas dos livros. Pois o homem de carne e osso encantadoramente falante que preencheu a minha juventude com sua presença se chamava “Jack”. Meu primeiro encontro com ele foi extraordinário. Eu era um estudante americano de oito anos, um imigrante recém-chegado, trazido para Oxford logo depois de chegar a essa estranha terra da Inglaterra, onde as pessoas se vestiam esquisito, falavam esquisito e comiam comidas estranhas. Eu fui levado para o homem que, até onde eu sabia, realmente conhecia o Magnífico Rei Pedro de Nárnia e o grande Leão Aslam; um homem que, pelo que eu sabia, poderia ser membro da corte do rei Artur. Eu quase esperava uma figura alta e robusta, vestindo uma armadura e carregando uma espada, mas a realidade era bem diferente. Na cozinha de sua casa, The Kilns, fomos recebidos por um homem ligeiramente encurvado, calvo e de ombros caídos, com dedos e dentes manchados de nicotina, vestindo as roupas mais surradas que eu jamais vira. Aquele não era um cavaleiro, era um dignitário. Um dignitário de Oxford àquela época.

Apesar do meu espanto inicial, logo Jack emergiu do meu CS Lewis imaginário para se tornar real. Eu perdi uma ilusão, mas ganhei a princípio um amigo e mais tarde um padrasto muito amado.

Dentro de pouco tempo, Jack, “Warnie” (o irmão de Jack, Major Warren H. Lewis) e eu estávamos serrando uma pilha de madeira para fazer lenha. Jack e Warnie, embora fossem acadêmicos, não se negavam a cumprir as tarefas mais humildes. Jack me mostrou a floresta e o lago atrás de The Kilns, e me ensinou a procurar faunos e dríades entre os sicômoros brilhantes e as faias cintilantes. Com ele aprendi a respeitar as plantas, como as enormes cavalinhas do pântano acima do lago; aprendi a amar os campos, as florestas e os animais; a me deliciar com o tempo, dos ventos sibilantes ao silêncio tranqüilo, da chuva torrencial aos raios brilhantes do sol; tudo tem o seu lugar no meu coração, e isso eu aprendi com Jack.

Jack também me ensinou a ler. Não a ler como alguém aprende na escola, mas a ler pelo gosto de ler e de aprender, pois toda a sabedoria do mundo pode ser encontrada em livros. Jack me ensinou isso. A casa era cheia de livros, e nenhum era proibido para mim.

No começo, eu morava em Londres e visitava The Kilns esporadicamente, mas em pouco tempo nos mudamos para Headington, a cerca de um quilômetro e meio, e Jack deixou claro que eu era um visitante bem-vindo. Alguns dos mitos sobre Jack, e existem muitos, vieram do próprio punho dele. “Não sou bom com crianças”, ele disse, mas eu dificilmente via alguém melhor do que ele era com crianças. Acho que ele quis dizer que nunca ficava à vontade com elas, mas ninguém deve ficar totalmente à vontade com os filhos de outras pessoas. Alguns o chamaram de misógino, mas eu nunca conheci um homem tão atencioso com as mulheres, nem alguém tão encantador e divertido quando estava na companhia delas.

Acho que, no mundo triste e sombrio em que vivemos hoje, muitas pessoas terão dificuldade de acreditar no verdadeiro Jack. Ele foi um homem que cresceu com a mentalidade do século 19. Ele acreditava em honestidade, responsabilidade, compromisso, dever, cortesia, coragem, cavalheirismo e todas as grandes qualidades que a sociedade do século 20 abandonou, dizendo que estavam obsoletas, mas que agora precisa desesperadamente recordar e recuperar. Jack também entendia bastante da humanidade e da natureza das espécies. Ele conhecia o sofrimento: ele perdeu a mãe aos nove anos de idade, experimentou os horrores de uma escola que parecia saída de um conto de Charles Dickens, e outras escolas em variados graus de tristezas. Jack lutou na Primeira Guerra Mundial e assistiu à Segunda, perdendo amigos e colegas em ambas. Ele manteve o compromisso firmado com o soldado e colega Paddy Moore na véspera da batalha, cuidando da família daquele homem durante mais de 30 anos. Jack aprendera a amar e a perder, e sofrera as agonias de ambos. Ninguém poderia condená-lo se ele tivesse se fechado e se tornado (como muitas vezes é descrito) um acadêmico isolado. Em vez disso, livre da responsabilidade de cuidar da Sra. Moore após a morte desta, ele mergulhou mais uma vez no amor e na dor ao se casar com a minha mãe, que já estava morrendo na época. Ele encarou a dor de amar alguém que ele sabia que provavelmente não estaria com ele por muito tempo, e também tomou para si a responsabilidade dos filhos dela, meu irmão e eu. Já não é uma tarefa fácil na melhor das circunstâncias, mas, naquelas em que ele se encontrava, era a missão de um verdadeiro herói.

Minha mãe era americana, e encontrou a verdade de Cristo através da leitura de Cristianismo Puro e Simples e outras obras de Jack. Ela escrevera para ele sobre as dúvidas dela pois, como todas as pessoas muito inteligentes, ela tinha dúvidas. Ela ficou encantada quando ele respondeu às questões e objeções dela de forma magistral e econômica, e uma correspondência animada logo se avolumou. Minha mãe visitou a Inglaterra em 1952 e ela, Jack e Warnie logo se tornaram amigos. Minha mãe era o equivalente intelectual de Jack, a única que eu já vi, e Jack ficava encantado quando, durante as discussões entre eles, ela corrigia pequenos erros dele sobre citações e outros detalhes. Minha mãe era um pouco mais lida do que Jack, pois ela lera o que ele lera, mas também os escritores americanos mais modernos. Ela também viajara mais, indo aos Estados Unidos e retornando com os filhos em 1953, quando o casamento dela com o meu pai acabou. Jack e a minha mãe se casaram quando ela estava no leito de morte, mas a mão de Deus interveio e ela se recuperou, entrando numa remissão do câncer que durou vários anos, anos esses que foram os mais felizes das vidas deles. Foi nessa época que a coragem física que ambos possuíam tornou-se evidente para mim. Estávamos subindo a colina em direção às árvores, minha mãe carregando a sua pequena “arma de jardim”, que ela usava para espantar os pombos da nossa horta e os invasores das nossas terras, quando os dois, um pouco à minha frente, foram abordados por um jovem carregando um arco e uma aljava cheia de flechas. “Com licença”, disse Jack educadamente, “esta é uma propriedade privada e você não deveria estar aqui. Poderia se retirar por favor?” A resposta do rapaz foi tirar uma flecha da aljava e preparar o arco, apontando para eles. Jack ficou na frente da minha mãe para protegê-la, e ficou ali alguns segundos até que a ouviu dizer em um tom gelado: “Droga, Jack, saia da minha linha de tiro!” Em seguida, Jack deu um rápido passo para o lado, deixando o jovem rapaz frente a frente com o cano da espingarda*. Ele sumiu rapidamente. Eles foram corajosos, e Jack depois disso precisou ser, pois a minha mãe partiu antes dele, deixando-o sozinho para lidar com a ausência dela.

CS Lewis foi um grande sábio? Sem dúvidas. Foi um grande escritor? Nenhum estudioso hoje em dia pode duvidar disso por um momento. Agora, algumas de suas histórias estão virando filme e ele está ficando mais conhecido no mundo inteiro, acelerando grandemente uma tendência que vem acontecendo lentamente nos 40 anos desde a sua morte. CS Lewis foi um grande professor? Também acho que isso é inquestionável: ele deu aulas nas universidades de Oxford e Cambridge, e ainda hoje ensina através de seus livros. Ele foi um grande teólogo? Muitos dos maiores estudiosos cristãos de hoje acreditam firmemente que sim. Ele nunca reivindicaria nenhum desses títulos, ou mesmo os aceitaria de outros; entretanto ele era todas essas coisas e muito, muito mais.

Terra das Sombras é uma recriação fictícia de uma pequena parte da história de Jack. Na peça, você verá um homem na sua provação mais difícil, suportando o mais pesado dos fardos. Você poderá ter um vislumbre do que acontece com os grandes homens. Não é totalmente fiel à história real, talvez, e não se pretende que seja, mas é uma ótima peça, que fala profundamente aos corações dos homens.

Sabe, enquanto CS Lewis era um grande sábio, um grande escritor (de muitos gêneros), um grande professor e uma grande teólogo, Jack era um grande homem.

Tradução: Júnia Vaz

*Acredito que seja espingarda pelo contexto. (NT)

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Pra que raios servem os Feeds?

Provavelmente você já deve ter visto em vários sites e blogs aquele pequeno ícone laranja (ou outra cor, mas sempre algo que o valha) acompanhado dos termos Feeds, RSS ou Atom e se perguntado pra que serve esse trem e como você pode “assiná-lo”.

Pois bem, o sistema de feeds é uma ferramenta que lhe permite acompanhar o conteúdo de uma determinada página na internet sem ter que visitá-la.


Em primeiro lugar é preciso ter um leitor/agregador de feeds, que pode ser um software ou uma página na internet que agregará os feeds de todos os sites que você assinar.

Sempre que houver uma atualização no site cujos feeds você assinou, seu agregador o avisará e lhe permitirá ver o conteúdo atualizado sem a necessidade de você ter que ir até o site para ver se há algo novo.

O software FeedReader funciona da seguinte forma: sempre que há algum post novo dos blogs que você é assinante ele exibe uma janelinha no seu Desktop e te permite ler direto no programa e escolher se quer entrar no blog.

Se você for usar um software, recomendo o que acabo de citar. Já para agregadores web, os mais utilizados são GoogleReader, Bloglines e Netvibes. Caso use (e deveria mesmo usar) o Firefox instale a extensão Sage, que funciona como um ótimo agregador.

Para assinar o conteúdo de algum site ou blog, copie o endereço do feed e cole no local apropriado do seu agregador. Mais especificamente no caso do Blogger, o link geralmente está ao final da página: “Assinar: Postagens (Atom)”.

Se o seu blog está hospedado em um outro servidor, ou mesmo no Blogger, você pode “queimar” seus feeds com o FeedBurner, um serviço que facilita o gerenciamento e a divulgação criando links para adicionar seus feeds aos principais agregadores.
Para assinar os feeds deste blog:
Se preferir, receba as atualizações por e-mail:


Se você ainda tem dúvidas, a Wikipédia pode ajudar.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

ADPHONE - VoIP Gratuito Para Tel. Fixo


Saiu a mais nova versão (3.0.68) do ADPHONE, software que permite fazer ligações gratuitas para qualquer telefone fixo do Brasil e de mais algumas dezenas de países. O utilizo há quase 1 ano, quando ainda se chamava Sgoope, e funciona perfeitamente. Cumpre o que promete. Testado e aprovado.

Porém (sempre há um porém) a ligação gratuita dura apenas 2 minutos, depois desse tempo ela é interrompida. Mas não se preocupe, basta ligar novamente e falar mais dois minutos. Ideal para recados, conversas rápidas ou para chamar aquela pessoa que mora longe: “e aí, tudo bem? Entra na internet, precisamos conversar!”.

Você pode comprar créditos, que são muitíssimo mais baratos do que os do Skype e qualquer operadora nacional de telefonia fixa, e ter uma ótima economia em suas ligações para fixo e celular. Vale o investimento.

A qualidade da ligação, ao menos no meu caso, é sempre excelente e, acredito, até melhor que a do concorrente supracitado.

Para realizar as chamadas, simplesmente digite o código DDD da cidade para qual quer discar e adicione o número local. Para ligações internacionais, adicione antes o código do país pretendido.

Acesse a página de download, baixe, instale, cadastre-se e bom divertimento.

*Ao que parece o serviço foi descontinuado.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Argumento do Design (1)

Design Inteligente Por Peter Kreeft
Tradução: Saulo R. do Amaral


O argumento começa com a premissa maior de que onde há design tem de haver um designer. A premissa menor é a existência de design em todo o universo. A conclusão é que deve haver um designer universal.

Por que devemos acreditar na premissa maior, que todo o design implica em um designer? Porque todos admitem esse princípio na prática. Por exemplo, suponhamos que você estivesse em uma ilha deserta a achasse “S.O.S” escrito na areia da praia. Você não pensaria que o vento ou as ondas escreveram isso por mero acaso, mas sim que alguém esteve lá, alguém inteligente o suficiente para pensar e escrever aquela mensagem. Se você achasse uma cabana de pedra na ilha, com janelas, portas e uma lareira, você não pensaria que um furacão empilhou as pedras daquele jeito por mero acaso. Você imediatamente pensa em um designer quando você vê design.

Quando o primeiro foguete foi lançado de Cabo Canaveral, dois cientistas americanos estavam observando. Um era um cristão e o outro incrédulo. O cristão disse: “Não é maravilhoso ver que esse foguete vai chegar à lua por mero acaso?”. O incrédulo replicou: “O que você quer dizer por ‘mero acaso’? Nós desenvolvemos esse foguete nos mínimos detalhes”. “Oh”, disse o cristão, “você não acha que o acaso é uma boa explicação para o foguete? Então por que você acredita que é uma boa explicação para o universo? Existe muito mais design no universo do que em um foguete. Nós podemos criar um foguete, mas não podemos criar um universo. Alguém consegue?”. Mais tarde os dois estavam andando na rua e passaram na frente de uma loja de antiguidades. O ateu, admirando a pintura pendurada na janela, perguntou: “Gostaria de saber quem pintou esse quadro”. “Ninguém”, brincou o cristão; “ele está ali por mero acaso”.

É possível que o design aconteça por acaso, sem um designer? Talvez haja uma possibilidade em um trilhão de que o “S.O.S” tenha sido escrito na areia pelo vento. Mas, quem usaria uma explicação praticamente impossível (uma em um trilhão)? Alguém uma vez disse que se você colocar um milhão de macacos em um milhão de máquinas de escrever durante um milhão de anos, um deles, eventualmente, escreveria Hamlet, por acaso. Mas, quando encontramos o texto de Hamlet, não ficamos nos perguntando se ele foi escrito pelo acaso ou por macacos. Por que, então, o ateu usa essa explicação incrivelmente improvável para o universo? Certamente, pelo fato de esse ser o único jeito de alguém permanecer ateu. Nesse ponto, nós precisamos de uma explicação psicológica para explicar como alguém vem a ser um ateu, em vez de uma explicação lógica para a criação do universo. Nós temos uma explicação lógica para o universo, mas o ateu não gosta dela. Ela se chama Deus.

Há um exemplo muito forte do argumento do design e que todos nós podemos reconhecer facilmente, porque diz respeito ao design de um instrumento em particular que usamos para pensar sobre o design: nosso cérebro. O cérebro humano é a peça mais complexa de design no universo conhecido. De várias formas, ele é como um computador. Agora, imagine que exista um computador que foi programado pelo acaso. Por exemplo, imagine que você está a bordo de um avião e o sistema de informação anuncia que não existe piloto, mas que o avião está sendo guiado por um computador que foi programado por uma chuva de granizo aleatória que caiu no teclado, ou por um jogador de beisebol calçando um tênis de alpinismo, com pregos na sola, dançando em cima da placa mãe do computador.

Outro forte aspecto do argumento do design é o chamado princípio antrópico, segundo o qual o universo parece ter sido especialmente criado para que o início da vida humana fosse possível. Se a temperatura da primeira bola de fogo que surgiu do Big Bang(2) há milhões de anos atrás, quando o universo surgiu, tivesse sido um trilionésimo mais fria ou mais quente, a molécula de carbono, que é o fundamento de toda a vida orgânica, nunca teria se desenvolvido.

Existem, relativamente, poucos ateus entre neurologistas, neurocirurgiões e astrofísicos, mas muitos entre psicólogos, sociólogos e historiadores. A razão parece óbvia: os primeiros estudam o design divino, e os últimos estudam o undesign(3) humano.

Mas, a evolução não explica tudo sem que se precise de um designer? Bem pelo contrário; evolução é um belo exemplo de design, uma grande evidência para Deus(4). Há boas evidências científicas para a evolução, para o surgimento ordenado das espécies, do simples para o complexo. Mas não existem provas científicas para a seleção natural como mecanismo da evolução. A seleção natural “explica” como emergiram as mais altas formas, sem um design inteligente, pelo princípio do sobrevivente mais forte, ou do mais bem adaptado. Mas isso é pura teoria. Não existem evidências de que o abstrato, o pensamento teórico ou o amor altruísta facilitassem isso para os homens sobreviverem. Como eles evoluíram então?

Ademais, pode o design, que obviamente existe no homem e no seu cérebro, ter vindo de algo com menos ou nenhum design? Tal explicação viola o princípio da causalidade, o qual assevera que você não pode ter mais no efeito do que na causa. Se existe inteligência no efeito (homem), tem de haver inteligência na causa. Entretanto, um universo regulado por um acaso cego não possui inteligência. Logo, deve haver uma causa para a inteligência humana que transcende o universo: uma mente por detrás do universo físico. (Muitos cientistas reconhecidos têm crido em tal mente, até mesmo aqueles que não acreditam em nenhuma religião revelada.)

Quanto esse argumento prova? Nem tudo o que o Cristianismo revela como Deus, é claro – nenhum argumento pode fazer isso. Mas ele prova uma fatia considerável de Deus: alguma inteligência grande o suficiente que é responsável por todo o design no universo e na mente humana. Se isso não é Deus, o que é então? Steven Spielberg?

Texto em inglês extraído de:
http://www.peterkreeft.com/topics/design.htm


1 N. do T.: Poderia ter sido usada a palavra ‘projeto’ para a tradução de design e ‘projetista’ para designer. Entretanto, achei melhor manter as palavras em inglês, pelo simples fato de achar que expressam melhor a idéia do argumento.

2 N. do T.: O autor se refere ao modelo Big Bang. Alguns teístas sustentam que o modelo Big Bang, que nada tem a ver com a explicação naturalista desse evento, é uma prova de uma criação orquestrada por um Criador.

3 N. do T.: Algo sem design.

4 N. do T.: A maioria dos cristãos discorda nesta parte, inclusive este tradutor, justamente pelo fato de crer que a criação de Deus se deu sem a macro-evolução. E as supostas evidências a favor da evolução são na verdade dogmas. Contrariamente, a evidência de uma criação e de um Criador é claríssima.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Mudanças

Depois de algum tempo, voltamos ao template anterior.
O blog está em manutenção para alguns ajustes estruturais.

domingo, 15 de julho de 2007


terça-feira, 22 de maio de 2007

Perdão

Pimentas do Reino - Perdão

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Rogo

Rogo por aquele que chora sem consolo
Por quem há experimentado mais o inferno que o céu
Por quem sempre há tido como melhores amigos ao temor e a depressão
E que vive buscando resposta a tal situação

Rogo por aquele que veio a este mundo sem pais
Pelo recém nascido que abandonou na rua uma mãe
Por aquele que é golpeado desde o ventre por um pai sem coração
E que não tem direito ao voto pois carece de voz

Rogo por aquele que tem como lugar o vício
E que não pode deixá-lo pois há se convertido em seu ofício
Por quem deixa família e amigos por um momento de prazer
Que como ferido de bala vai ferindo por onde passa

Rogo por aquele matrimônio que se há desfeito
E pelo filho que grita angustiado aos dois: tenho direito
Quando uma só carne é dividida tem que sangrar
Esse sangue que corre é testemunha de uma grande solidão

Eles necessitam de ti JESUS eles necessitam de ti
Porque ainda que vivendo não sabem o que é viver
Eles necessitam de ti JESUS eles necessitam de ti
Porque ainda que vivendo não sabem o que é viver

Pela mulher e a menina que vendem seu corpo na noite
E que depois de dia tiram seu dinheiro em desperdícios
Sonho com essa mulher e essa menina tendo família com quem sorrir
E as dez depois de cear pondo-se a dormir

Por aquelas criaturas que jamais tiveram um brinquedo
E pelos ricos que fabricam barquinhos com dinheiro
Pelos enfermos que estão em prisões de nome hospitais
E pelos presos que se enfermam atrás dos frios metais

JESUS eu sei que segues sendo a única alternativa
E que brindas descanso gratuito e sem cobrar imposto
E a quem és e que temos conhecido ajuda-nos a entender
Que devemos cobrir ao desnudo dar pão ao faminto
E ainda que não nos agrade, orar pelo governo
Necessitam de ti JESUS, e de mim

Santo Remedio - Ruego

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