segunda-feira, 3 de maio de 2010

Saiba mais sobre a licença ministerial de John Piper

O conselho de anciãos da Igreja Batista Bethlehem já tomou conhecimento a respeito do retiro ministerial que o pastor John Piper iniciará em maio, finalizando em 31 de dezembro deste mesmo ano. Esse é um exemplo que deveria ser seguido pelos homens chamados ao ministério. Que Deus nos conceda humildade para trabalhar em cada aspecto de nossas vidas e nos sujeitarmos à autoridade do governo da igreja.

Oremos pelo pastor John, sua obra e seu esforço pela igreja de Cristo foram de grande valor. Que o nosso bom Deus possa operar em sua vida e cumprir os seus propósitos através dessa situação.

Carta de John Piper:
"Como muitos de vocês ouviram o que foi dito no sermão dos dias 27 e 28 de março, os anciãos aprovaram amavelmente, no dia 22 de março, o recesso ministerial que me levará a ausentar-me de Bethlehem do dia 1º de Maio a 31 de dezembro de 2010. Entendemos que seria de grande utilidade uma explicação de minha parte, através de uma carta que acompanha esse sermão.

Pedi aos anciãos que considerassem este recesso devido a um crescente sentimento em meu interior de que minha alma, meu casamento, minha família e o padrão que tenho seguido durante o ministério, necessitam de uma revisão a ser realizada pelo Espírito Santo.

Por um lado, amo meu Senhor, minha esposa, meus 5 filhos e suas famílias, primeiro e antes de todas as coisas; e amo minha dedicação de pregar, escrever e dirigir Bethlehem. Espero que o Senhor me conceda, pelo menos, mais 5 anos como pastor de pregação e visão de Bethlehem.

No entanto, por outro lado, vi algumas manifestações de orgulho em minha alma que, embora não tenha chegado ao nível de desqualificar-me para o ministério, me entristecem profundamente, e têm cobrado um alto preço na minha relação com Noël e com outros que são muito queridos para mim. Como posso desculpar-me com vocês, não por algum fato em particular, mas por defeitos que são contínuos em meu caráter e que têm seus efeitos afetado a outros? Farei isso agora, e não duvido que o tenha de fazer outra vez, perdão. Como não tenho algum fato específico pelo qual possa desculpar-me pontualmente, peço, simplesmente, por um espírito de perdão; e quero garantir verdadeiramente que não estou fazendo às pazes, mas estou em guerra, voltado contra meus próprios pecados.

Noël e eu estamos sólidos como uma rocha em relação ao compromisso entre nós, e não existe fato de infidelidade de nenhum dos lados. Mas, como eu disse aos anciãos, “sólidos como uma rocha” nem sempre é uma metáfora que satisfaz emocionalmente, especialmente a uma mulher. Uma rocha não é a melhor imagem da terna companhia de uma mulher. Em outras palavras, o precioso jardim de minha casa necessita ser cuidado. Eu quero dizer a Noël que ela é preciosa para mim de uma forma que, nesta etapa de 42 anos de peregrinação juntos, pode ser melhor expressado ao ausentar-me por um tempo de quase todos os compromissos públicos.

Nenhum matrimônio é uma ilha. Para nós, essa afirmação aplica-se corretamente em dois sentidos. Primeiro, Noël e eu somos conhecidos dentro e fora por alguns conhecidos em Bethlehem – mais ainda pelos nossos colegas e amigos há muito tempo, David e Karin Livingston, e também por um grupo de mulheres confiáveis para Noël, e de homens, para mim. Temos prestado contas, somos conhecidos, temos sido aconselhados e têm orado por nós. Estou profundamente agradecido pela cultura de graça, de transparência e de confiança que existe entre a liderança de Bethlehem.

A outra forma em que nosso matrimônio não pode comparar-se a uma ilha é que nossas fortalezas e debilidades foram conseqüência para as demais pessoas. Ninguém em nosso círculo familiar e de amigos permaneceu sem ser afetado pelos nossos defeitos. É minha oração que este recesso possa chegar a ser como cura ao interior da minha alma, através do coração de Noël, alcançando nossos filhos e suas respectivas famílias, e a todos aqueles que foram feridos por meus erros.

A diferença entre este retiro e o sabático que realizei quatro anos atrás é que escrevi um livro durante esse sabático (“O que Jesus exige do mundo”). Em 30 anos, nunca abandonei a paixão de ser produtivo publicamente. Neste retiro, tenho a intenção de abandonar tudo. Não escreverei livros. Não haverá preparação de sermões e pregações. Não escreverei em blogs. Nem no Twitter. Não haverá artigos. Não haverá reportagens. Não haverá papéis. Não haverá compromissos para falar em conferências. Existe somente uma exceção no caso – o final de semana dedicado à Conferência Nacional de Desiring God combinado com a inauguração do Colégio e Seminário Bethlehem, em outubro. Noël achou melhor que eu mantivesse 3 dos compromissos internacionais. Nossa motivação é de que ela pudesse acompanhar-me neles, e se planejarmos bem, essas poderão ser ocasiões especiais para refrigério mútuo.

Os anciãos designaram um grupo que manterá contato comigo e aos quais poderei prestar contas durante o recesso. Eles são David Mathis, John Bloom, Tom Steller, Sam Crabtree, John Grano, Tim Held, Tony Campagna e Kurt Elting-Ballard. Cinco deles caminharam com Noël e eu durante os 2 últimos meses, ajudando-nos a discernir, com sabedoria, a abrangência e a natureza deste retiro. Foram eles os que levaram a recomendação final aos demais anciãos no dia 22 de março.

Pedi aos anciãos que não me pagassem durante o recesso. Não sinto que deveriam pagar-me. Eu sei que estou causando mais trabalho para muitas pessoas, e peço desculpas por todo o apoio despendido. Não somente isso, outros também podem ter um tempo similar. Muitos dos homens e mulheres que trabalham não têm a liberdade de adotarem um recesso como este. Os anciãos não aceitaram essa petição. Noël e eu estamos profundamente agradecidos por essa manifestação de amor. Estaremos buscando direção do Senhor para ver de que forma podemos retribuir à igreja por este suporte financeiro que nos oferecem para, de alguma forma, aliviar a nossa carga.

Pessoalmente, vejo estes próximos meses como uma espécie de reinício do que espero que sejam os 5 anos mais humildes, felizes e frutíferos dos 35 que estamos em Bethlehem e dos 46 anos de matrimônio. Vocês poderiam acompanhar-me em oração por tal propósito? Poderão permanecer junto a sua igreja (Bethlehem) com todas as suas forças? Que Deus faça destes oito meses, os melhores que Bethlehem tenha conhecido; algo realizado por Deus, a realização das coisas mais extraordinárias enquanto eu não estiver ali.

Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. (1Coríntios 3:7)

Amo muito vocês, e prometo orar por vocês todos os dias.

Pastor John.”

Via: Cristo é a resposta

6 Comentários:

Anderson Faria disse...

Papagaio...e tem pastor achando-se a última batatinha do pacote, não chega sequer aos pés da dignidade de Piper em admitir quando algo está errado em seus ministérios. Aliás, ele mesmo afirmou que não é uma situação que represente risco sério ao ministério, mas que o incomodou bastante. SÓ O INCOMODOU! Quer dizer, ele viu a fumacinha e já parou, já disse "opa!" e foi pro acostamento! Não arriscou levar ninguém junto; não apenas para protegê-los, mas por amor! Eu fico constrangido em ler tal carta pois vejo que há espaços dentro do meu íntimo que precisam ser preenchidos com mais de Cristo e menos do meu ego. Que sejamos convencidos, através desta carta, a uma análise interna das nossas atitudes.

Anônimo disse...

Um exemplo maravilhoso, e que deveria ser seguido por muitos. Pessoalmente, estou incomodado também, e penso que preciso reformular algumas coisas; por meio de dificuldades familiares, acabei sendo forçado por Deus a uma 'reavaliação' prioridades. Deus, meus queridos,pode usar até enfermidades para nos chamar a atenção - o problema é que nós muitas vezes não escutamos sua voz.

Oro para que Deus ilumine os passos do querido Piper; e também os passos de cada cristão dedicado a seu serviço, que sejam estes ministros ordenados, quer sejam apenas leigos, blogeiros, escritores, pregadores...

Paz e bem

Aline Ramos disse...

Que lindo!!! Puxa, quem dera que tivessemos mais líderes assim!! Líderes que se preocupam verdadeiramente com o rebanho de fora, mas também e de forma muito especial com o de dentro - seus casamentos e famílias. Homens que se importem por suas falhas atingirem os outros e por ver consequencias ruins disso. Glória a Deus pela vida de Piper, e que esses sejam meses de muito refrigerio e agir de Deus em sua vida, de sua esposa, filhos, amigos e igreja!

Saulo R. do Amaral disse...

Sim, essa é uma atitude digna de um discípulo de Cristo que se preocupa mais com o coração do que com o exterior. Que possamos imitá-lo nessa atitude nobre, que demonstra o poder da cruz em sua vida.

Observatório Teológico disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Observatório Teológico disse...

O homem quando verdadeiramente anda em sinceridade diante de Deus e diante dos homens é prontamente reconhecido. O pastor John Piper dá mostras de sua integridade e humildade ao adotar este procedimento. Não é um mercadejador da fé alheia. E nem acredito que isto seja uma jogada de marketing para que ainda mais possamos admirá-lo. Ele não precisa disto, afinal em seu profícuo e honrado ministério já tem dado provas suficientes de que é verdadeiramente um verdadeiro e santo pastor de ovelhas e que não nega sua humanidade, e portanto, suas fraquezas. Gostaria de copiar seu exemplo, careço de referenciais como ele está sendo para nossa geração. Deus abençoe a todos, quem desejar, acesse nossos blogs: 1) Observatório Teológico - www.observateologia.blogspot.com e 2) Blog do Discípulo - www.creioeunabiblia.blogspot.com

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