terça-feira, 25 de outubro de 2011

A Santidade dá Evidência da Justificação e da Eleição

A santificação é um fruto inevitável da justificação (1 Co 6.11). Estes dois elementos podem ser distinguidos, mas nunca separados; o próprio Deus os uniu. A justificação está organicamente ligada à santificação; o novo nascimento dá origem à uma nova vida.

O justificado andará no “caminho de santidade do Rei”. Em Cristo e através dEle, a justificação dá ao filho de Deus o direito e a ousadia de entrar no céu; a santificação dá-lhe a aptidão para o céu e a preparação necessária para chegar lá. A santificação é a apropriação pessoal dos frutos da justificação. B.B. Warfield observa: “A santificação é tão somente a execução do decreto de justificação. Pois, se a santificação falhasse, a pessoa justificada não seria liberta de acordo com sua justificação”. Consequentemente, o decreto de justificação de Cristo, em João 8.11 (“Nem eu tampouco te condeno”), é imediatamente seguido pelo chamado à santidade: “Vai e não peques mais”.

A eleição é também inseparável da santidade: “Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (2 Ts 2.13). A santificação é a marca de identificação das ovelhas eleitas de Cristo. Por isso, a eleição é sempre uma doutrina confortante para o crente, pois esta é o seguro fundamento que explica a graça de Deus operando nele. Por isso, os nossos antepassados reformados consideravam a eleição como um dos maiores consolos do crente, visto que a santificação torna visível a eleição.

Calvino insistiu que a eleição não deveria desanimar ninguém, pois o crente recebe consolo dela, e o incrédulo não é chamado a considerá-la — antes, ele é chamado ao arrependimento.

Aquele que fica desanimado pela eleição, ou confia-se à eleição sem viver uma vida de santidade, está se tornando vítima de um mau uso satânico desta doutrina preciosa e encorajadora (veja Dt 29.29). Como afirma J. C. Ryle: “Não é permitido a nós, neste mundo, estudar as páginas do Livro da Vida, e ver se nossos nomes encontram-se ali. Mas, se há algo nítido e plenamente declarado a respeito da eleição, é isto — que os homens e mulheres eleitos serão conhecidos e distinguidos por vidas santas”. A santidade é o lado visível de sua salvação. “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16).

Joel R. Beek. Revista Fé Para Hoje Nº 36.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sinais de avivamento

Existem momentos na história do povo de Deus, como por exemplo, nos dias de Jeremias, nos quais não se esperava a graça restauradora nem avivamento generalizado: eram dias de castigo. Se o século XX for de natureza semelhante, os crente de toda parte podem encontrar individualmente consolo e força no estudo da Palavra de Deus. Porém, caso Deus tenha decretado dias mais felizes para nós, e se pudermos esperar genuíno despertamento espiritual que abale o mundo, então, o autor acredita que o zelo pelas almas, apesar de necessário, não é condição suficiente. Em todas as épocas, não existem santos em número suficiente para levar a cabo o avivamento? Bastam doze pessoas assim. O que distingue os dias áridos do período da Reforma - quando as nações se agitaram como nunca desde que Paulo pregou em Éfeso, Corinto e Roma - é a plenitude de conhecimento da Palavra de Deus nele. Repetindo o pensamento reformado inicial, quando o lavrador e o atendente de garagem conhecerem tanto a Bíblia quanto o teólogo, e a conhecerem melhor que alguns teólogos contemporâneos, então o despertamento desejado já terá ocorrido.

Gordon Clark

Extraído do artigo A crise da nossa era, de John W. Robbins, apêndice do livro Em defesa da teologia, de Gordon Clark.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O Que John Piper Representou no Brasil

Tive o privilégio de estar com John Piper na Conferência da Fiel em Águas de Lindóia e depois no Mackenzie, onde ele falou na sexta à noite e no sábado pela manhã. Algumas coisas me impressionaram, como o recorde absoluto de audiência, tanto da Conferência Fiel, quanto dos eventos que costumeiramente são feitos no Mackenzie. Aqui destaco o papel crescente da internet e das mídias sociais (Facebook, Twitter, YouTube e outros). Houve muito mais gente assistindo as conferências ao vivo pela internet do que nos auditórios do Hotel Majestic e do Mackenzie. Durante as palestras, e depois delas, havia intensa troca de comentários e impressões nas mídias sociais por parte dos que estavam nos auditórios ou assistindo pela internet, o que leva à formação de uma comunidade cada vez maior reunida em torno, não do Piper, mas do que ele representa.

E este é o gancho para minha segunda observação. Os fatos acima descritos simplesmente confirmam o que vem sendo dito, inclusive por mídias não-cristãs, de que o Calvinismo passa por uma ressurgência, um avivamento, por assim dizer, que tem atingido especialmente os Estados Unidos e o Sul-Global — nome que tem sido dado à cristandade nas regiões da África, China e Brasil. Mas, não se trata daquela caricatura de calvinismo explorada pelos contrários – gente sisuda, fechada nas quatro paredes de seus templos, cantando salmos ao som de órgãos de tubo, de paletó e gravata e pregando a predestinação para o inferno. Este calvinismo que ressurge, e que tem sido chamado de vários nomes, fala da alegria em Deus, quer estar presente e influenciar a cultura moderna, utiliza o que ela tem de melhor a oferecer para a glória de Deus – a julgar pelo alto emprego de tecnologia que marca os eventos – sem, em momento algum, abandonar os pontos característicos da Reforma: Sola Scriptura, Sola Fide, Sola Gratia, Solus Christus e Soli Deo Gloria. Além, é claro, dos famosos cinco pontos do Calvinismo: depravação total, eleição incondicional, expiação limitada (ou eficaz), graça irresistível e perseverança final dos santos.

O interesse pela fé reformada tem crescido tanto a ponto de romper as barreiras denominacionais, trazendo para o mesmo ambiente de estudo, adoração e louvor batistas, presbiterianos, independentes, comunidades, pentecostais, anglicanos e outros que partilham do mesmo entusiasmo pelas antigas doutrinas da graça. Isto ficou muito claro em Águas de Lindóia e no Mackenzie.

A terceira observação é que a maioria dos que estavam presentes na Fiel e no Mackenzie é composta de jovens. Acredito que a mesma coisa se poderia dizer dos que seguiram tudo pela internet. Para mim, este é um indicador extraordinário de que Deus está de fato tendo misericórdia de nós e nos dando uma sobrevida de pelo menos mais uma geração, enquanto que em outros lugares, onde um dia a fé reformada floresceu, apenas anciãos ocupam poucos lugares em enormes catedrais vazias.

Meu último comentário é que Piper pregou o tempo todo, na Fiel e no Mackenzie, num dos pontos principais do Calvinismo, sem levantar as sobrancelhas dos que detestam os calvinistas. Refiro-me à principal ênfase de Calvino, em suas Institutas e seus comentários, que é a glória de Deus como supremo bem do homem, ponto este capturado no slogan da Reforma, Soli Deo Gloria. Ao fazer isto, Piper mostrou que o calvinismo nada mais é que uma tentativa de honrar e pregar a mensagem central da Palavra de Deus, como Calvino tão apropriadamente nos mostrou. Não me lembro de ter ouvido Piper citar Calvino ou os puritanos, mas ele estava pregando calvinismo puro o tempo todo.

A Deus, portanto, toda glória.

Augustus Nicodemus Lopes via Blog Fiel

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A falsa "unidade" e o dever da separação

Em tempos antigos, quando algumas das Igrejas de Cristo começaram a livrar-se do jugo do Papado que pesava sobre seus pescoços, o argumento usado contra a reforma era a necessidade de manter a unidade. "Você precisa ser paciente com esta ou aquela cerimônia e com este ou aquele dogma; não importa quão anticristão e profano. Você precisa ser paciente quanto a isso, 'esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz'".

Assim falou a velha serpente naqueles dias antigos: "A Igreja é una; ai daqueles que semeiam o cisma! Pode até ser verdade que Maria tenha sido posta no lugar de Cristo, que as imagens são adoradas, que vestimentas e trapos podres são reverenciados, e que o perdão é comprado e vendido para crimes de todo tipo; pode ser que a assim chamada igreja tenha se tornado uma abominação e uma moléstia sobre a face da terra; mas ainda assim, ' esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz ', você deve curvar-se, reprimir o testemunho do Espírito de Deus dentro de você, esconder a Sua verdade sob um alqueire, e deixar a mentira prevalecer."

Este foi o grande sofisma da Igreja de Roma. Porém, quando ela não pôde mais seduzir os homens falando de amor e união, ela passou a usar o seu tom mais natural de voz, e amaldiçoou diretamente, a torto e a direito, de todo coração: e manteve a maldição até que ela mesma expire!

Irmãos, não havia nenhuma força no argumento dos Papistas. Efésios 4:3 insta para que nos esforcemos em manter a unidade do Espírito, mas não nos diz para manter a unidade do mal, a unidade da superstição, ou a unidade da tirania espiritual. A unidade do erro, da falsa doutrina, da tirania dos bispos, pode incluir o espírito de Satanás; não temos nenhuma dúvida disso; mas que esta seja a unidade do Espírito de Deus nós negamos veementemente. A unidade do mal nós devemos demolir com todas as armas que nossas mãos puderem agarrar. A unidade do Espírito, a qual devemos manter e nutrir, é outra coisa completamente diferente.

Lembrem-se que somos proibidos de fazer o mal para que venha o bem. Mas conter o testemunho do Espírito de Deus dentro de nós, esconder qualquer verdade que tenhamos aprendido pela revelação de Deus, refrear-nos de testemunhar pela verdade de Deus e da Sua Palavra contra o pecado e a tolice das invenções dos homens, todos estes seriam pecados dos mais imundos. Não ousamos cometer o pecado de extinguir o Espírito Santo, ainda que seja com a intenção de promover a unidade.

Certamente a unidade do Espírito nunca requer algum apoio pecaminoso; ela não é mantida suprimindo a verdade, e sim apregoando-a por toda parte. A unidade do Espírito tem como sustentação, dentre outras coisas, o testemunho de santos espiritualmente iluminados com relação à fé que Deus revelou em Sua Palavra. Aquela unidade, é uma unidade totalmente diferente que amordaçaria nossas bocas e nos transformaria em gado imbecilmente dirigido, para ser alimentado e depois abatido ao bel prazer de mestres sacerdotais.

O Dr. McNeil disse, acertadamente, que dificilmente um homem pode ser um Cristão sério em nossos dias sem ser um controversista. Somos enviados hoje como ovelhas para o meio de lobos. Pode haver acordo? Somos acesos como luminares no meio da escuridão. Poder haver conciliação? Não foi o próprio Cristo que disse, "Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada"? Vocês compreendem como esse é o mais verdadeiro método de esforçar-se para manter a unidade do Espírito; porque Cristo o homem de guerra, é Jesus o Pacificador; mas para a criação de paz duradoura, espiritual, as falanges do mal devem ser destruídas, e a unidade das trevas arrojada em tremor.

Peço sempre a Deus que nos preserve de uma unidade na qual a verdade seja considerada sem valor, na qual princípios dêem lugar à políticas, na qual as virtudes nobres e varonis que adornam o herói Cristão tenham que ser completadas por uma afetação efeminada de amor. Que o Senhor possa nos livrar da indiferença para com a Sua Palavra e vontade; porque isso cria a unidade fria de massas de gelo unidas em um iceberg, esfriando o ar por milhas ao redor, a unidade dos mortos enquanto dormem nas sepulturas, lutando por nada, porque não têm parte nem herança em tudo aquilo que pertence aos viventes. Há uma unidade que raramente é quebrada: a unidade dos demônios que, sob o serviço do seu grande mestre e senhor, nunca discordam nem disputam. Protege-nos desta terrível unidade, ó Deus dos céus! A unidade dos gafanhotos que têm um objetivo comum, com a sua glutonaria que arruína tudo ao seu redor; a unidade das ondas de fogo de Tofete, que arrasta miríades para a miséria mais profunda. Disso também, ó Rei dos céus, livra-nos para sempre!

Que Deus perpetuamente nos envie algum profeta que clame em alta voz para o mundo: "Sua aliança com a morte será anulada, e seu acordo com inferno não permanecerá". Que sempre tenhamos alguns homens, mesmo que sejam ásperos como Amós, ou austeros como Ageu, que denunciem sempre de novo qualquer associação com o erro e qualquer acordo com o pecado, e declarem que estas coisas são abomináveis para Deus.

Nunca imaginem que a contenda santa seja uma violação de Efésios 4:3. A destruição de todo tipo de unidade que não está baseada na verdade é uma preliminar necessária à edificação da unidade do Espírito. Precisamos primeiro derrubar estas paredes feitas de argamassa ruim – estes muros cambaleantes construídos pelo homem – para que possa haver espaço para as excelentes rochas dos muros de Jerusalém colocadas umas sobre as outras para uma permanente e duradoura prosperidade.

C.H. Spurgeon

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Quatro Sinais da Igreja Primitiva

Os quatro sinais da igreja , que vemos na igreja primitiva, todas têm a ver com nossas relações.
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O primeiro que se menciona é a relação com os apóstolos. Os cristãos se dedicavam a receber e conservar os ensinamentos dos apóstolos. Também estavam relacionados entre si: perseveravam na comunhão, se amavam uns aos outros, se cuidavam mutuamente.
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Certamente, se relacionavam com Deus. O adoravam no templo e nas casas, formal e informalmente, com alegria e com reverência. Finalmente os primeiros cristãos estavam relacionados com o mundo fora da igreja, e por isso cada dia chegava mais pessoas que recebiam o evangelho de Jesus Cristo.
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Faz um tempo, escutei um grupo de jovens que havia visitado todas as igrejas da cidade mas não tinham encontrado nenhuma que realmente lhes satisfizesse. deixaram de buscar e se denominaram a si mesmos de “cristãos desligados”.
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Quando perguntei o que tinham estado procurando, o que entendiam que deveria ser a igreja, mencionaram quatro pontos. Aqueles jovens não tinham ideia de que estas qualidades estavam escritas no livro de Atos; disseram que estavam buscando uma igreja que tivesse pregação bíblica, onde a Palavra fosse exposta e que tivesse aplicação prática.
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Em segundo lugar, buscavam uma igreja que tivesse comunhão real, onde os membros se cuidassem mutuamente e se apoiassem. Em terceiro lugar, buscavam uma igreja que adorasse, na qual fosse uma realidade a presença de Deus. Em quarto lugar, estavam buscando uma igreja que tivesse um ministério para o mundo.
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O que aqueles jovens buscavam, como tantos outros, era nada menos que uma igreja viva, verdadeiramente renovada, uma igreja que mostrasse exatamente as quatro características que vimos que a igreja primitiva tinha. O Espírito Santo veio em Pentecostes e Ele não deixou a igreja. Nossa responsabilidade não é esperar que o Espírito Santo volte, mas antes reconhecer Sua soberania na igreja.
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Devemos nos humilhar ante Ele, buscar sua plenitude, sua direção e Seu poder. Quando isso ocorrer, nossa igreja se aproximará a esse maravilhoso ideal que nos apresenta o livro de Atos: o ensinamento apostólico, a comunhão uns com os outros, a adoração viva, e a evangelização continua.
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Oremos por nossas igrejas, para que se renovem e cumpram o propósito para o qual Cristo fundou Sua igreja!
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John Stott. Sinais de Uma Igreja Viva.
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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Aplicação não é Legalismo!

Existem muitos pastores hoje em dia que, por medo de serem rotulados de "legalistas", não dão à sua congregação nenhum ensinamento ético. Até onde temos nos desviado dos apóstolos! "Legalismo" é a tentativa equivocada de ganhar a nossa salvação pela obediência à lei. "Farisaísmo" é uma preocupação com as aparências e minúcias de dever religioso. Para ensinar as normas de conduta moral que adornam o evangelho não é nem o legalismo nem o farisaísmo, mas o puro cristianismo apostólico.

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Stott, Between Two Worlds, p. 158)
Fonte: Application is not Legalism

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Considerações sobre João 1:1-14 - Parte 1

1. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

A palavra traduzida como Verbo é Logos. Outras traduções possíveis para essa palavra, talvez até melhores, são: Palavra, Lógica, Sabedoria ou Razão. Por si só essa identificação de Jesus como o Logos desmonta toda a pretensão de os incrédulos apontarem o Cristianismo como irracional e anti-intelectual. Precisamente o oposto é verdadeiro: a “sabedoria” do mundo é tolice, é loucura (1 Co. 1.20; Rm 1.21-22).

Alguns dizem que o Verbo mostra o Filho como Deus, enquanto Jesus e Cristo referem-se à sua encarnação e obra salvífica. Mas por que o Filho é chamado de Verbo ou Palavra? Uma pista do porquê está no versículo 18 do primeiro capítulo:
18. Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou.
O Filho unigênito, Jesus, revela o Pai. Palavra ou Verbo indica a autoexpressão de uma pessoa. Isto é, “Cristo é a imagem do Deus invisível” (Col. 1.15); “o Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser” (Hb 1.3). Assim, Cristo é o Verbo, pois Deus nos falou nos últimos dias por meio dele (Hb 1.1) e disse para que a Ele escutássemos (Mt 17.5).

A expressão no princípio é uma clara referência a Gn 1. O Verbo é eterno, existia antes de o tempo e o espaço existirem. A eternidade de Deus é descrita em Salmo 90.2:
“Antes que os montes nascessem... de eternidade em eternidade, tu és Deus”.
O Verbo, Jesus, nunca teve início e nunca terá fim.

A primeira parte do versículo implica um relacionamento íntimo entre Cristo e Deus Pai (O Verbo estava com Deus); a segunda parte do versículo nos mostra que, embora Cristo não seja idêntico a Deus Pai em suas funções, Ele é igual ao Pai em essência (no seu ser e em seus atributos), pois o versículo diz que o Verbo era Deus. Para entendermos melhor as distinções entre Deus Pai e Deus Filho e como o Verbo pode ao mesmo estar com Deus e ser Deus, precisamos compreender que o Deus da Bíblia é um Deus triúno, ou, como convencionou-se chamar, é uma Trindade, termo esse utilizado pela primeira vez por Tertuliano.

Em suma, a doutrina da Trindade pode ser definida da seguinte forma:
1.Deus existe eternamente como três pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo;
2.Cada pessoa é plenamente Deus;
3.Existe um só Deus.
Vamos ver um exemplo das três pessoas da Trindade em ação em um versículo específico.
Mateus 3: 16-17: “E, sendo Jesus [O Filho] batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus [O Espírito Santo] descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus [a voz do Pai] dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.”
Voltando ao nosso versículo (Jo 1.1), o fato de Cristo estar com Deus [1] prova que Ele não é Deus Pai. Também o Pai é distinto do Filho e do Espírito Santo e assim por diante. Vimos claramente a distinção entre as três pessoas da Trindade no versículo acima. Outro versículo similar é Jo 14:26, onde Jesus diz que o Pai enviará o Consolador (Espírito Santo).

Quanto à divindade de Jesus, que é o foco do capítulo um de João, existem vários versículos que atestam esse ensino. Vamos ver alguns deles:
Jo 20.28:“E Tomé respondeu, e disse-lhe [a Jesus]: Senhor meu, e Deus meu!”
Hb 1:8: “Mas acerca do Filho [diz]: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre”.
Heb 1.10 (citação do salmo 102.25): “Ainda [acerca do Filho]: No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obra das tuas mãos”.
Tito 2.13: “... aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”.
2 Pe 1.1: “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”.
Quanto ao Espírito Santo, podemos ver Atos 5.3-4, onde a Escritura diz que mentir ao Espírito Santo é mentir a Deus.
“Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus.”
Outras passagens referindo-se à divindade do Espírito Santo: 1.Co 2.10-11; Jo 3.5-7, em conexão com 1 Jo 3.9. Observe os termos “nascidos do Espírito” e “nascidos de Deus” (são equivalentes).

Após termos aprendido o básico do básico sobre a doutrina da Trindade, é bom sabermos quais são os erros mais comuns relacionados a essa doutrina, para os evitarmos:

O Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três papéis representados por uma única pessoa (heresia chamada modalismo). Exemplo: José é pai, marido e professor. Uma só pessoa com três funções. Não é assim com Deus.

Eles não são três deuses agrupados (heresia chamada triteísmo);

Eles não são subordinados um ao outro na sua essência. Isto é, um não é inferior ao outro (heresia chamada subordinacionismo). No entanto, existe, por exemplo, uma subordinação do Filho ao Pai quanto às suas funções. Cada qual tem um papel distinto. Uma situação parecida se dá no casamento, onde o homem e a esposa são iguais, mas diferentes. Iguais em sua essência, mas com papéis diferentes. A submissão da mulher ao homem não significa que este seja superior àquela. Significa, apenas, que o homem tem uma função diferente, de autoridade no lar.

Saulo Rodrigo do Amaral

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[1] Geralmente, quando os membros da Trindade são distintos, Deus refere-se ao Pai – como no caso de João 1.1. Caso contrário, Deus refere-se à Trindade.

* As obras principais em que me baseei foram: o Comentários de João, do D.A. Carson; e o comentário de Matthew Henry.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Característica do falso crente: confiança nas próprias obras

Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. (Mateus 7)

Uma das diferenças entre um falso crente e um crente genuíno é que o falso se achega a Deus e diz "Eu profetizei, eu expulsei, eu fiz, por isso mereço estar aqui perante o Senhor". Ele baseia a sua salvação nas próprias atitudes, nas próprias obras. E, como sabemos, a Bíblia diz que mesmo as nossas melhores obras são como trapos imundos. Inclusive, precisamos nos arrepender de nossos melhores atos se quisermos ser salvos (pois, como diz Spurgeon, eles são apenas pecados pomposos). Alguém que coloca a sua confiança em algo que ele mesmo fez, faz ou fará, ainda não entendeu a sua condição miserável de pecador, nem entendeu a natureza da morte substitutiva de Cristo pelas suas ovelhas. Cristo morreu pelos crentes, sendo que toda a culpa do pecado deles, seja dos pecados passados, presentes ou futuros, foi levada por Ele na cruz. Além disso, toda a vida perfeita de Jesus, durante seus mais de 30 anos, foi creditada a eles. Eu creio em salvação pelas obras? Sim, na salvação pelas obras de Cristo! Nessas obras é que confio, na vida e sacrifícios perfeitos de Cristo por mim.

Saulo Rodrigo do Amaral

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A Obediência do Rei Josafá

2 Crônicas 17:1 – 21:3

E o povo de Judá se juntou para pedir socorro ao Senhor … (20:04 a)

Você não tem que ser um gênio para seguir o Senhor. Basta pedir ao Senhor qual a vontade dEle e fazer o que ele diz. Essa é a história da vida de Josafá.

“O Senhor estava com Josafá, porque quando jovem ele andou nos caminhos que seu pai Davi tinha seguido” (17:3). Ele não consultou os baalins. Ele estabeleceu o reino. Ele enviou mestres. Ele buscou a Deus e Deus o abençoou.

Ele não descobriu alguma vacina ou inventou a internet. Sua obediência era muito simples. No entanto, a sua obediência agradou ao Senhor.

O seu segredo para o sucesso era simples. Ele perguntou ao Senhor o que fazer e depois o fez. Antes de ir à guerra com Ramote-Gileade, ele advertiu a Acabe, “Buscai primeiro o conselho do Senhor” (18:4). Antes de lutar contra Moabe e Amon, Josafá orou: “Não sabemos o que fazer, mas nossos olhos estão no Senhor” (20:12).

Esta é a vida gloriosa e simples de um cristão. Você ora, faz a coisa certa, pede ajuda e diz não às coisas más. Confia no Senhor em coisas difíceis, e depende dEle para tudo. Josafá não fez tudo certo, mas ele ainda era um grande homem comum de Deus.

Nós também podemos ser, se indagarmos do Senhor qual a sua vontade e fazer o que ele diz.

Kevin DeYoung
Fonte: Blog Fiel

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Meditar na Verdade

Como faremos isso? Como podemos transformar nosso conhecimento sobre Deus em conhecimento de Deus? A regra é simples, mas rigorosa. Devemos transformar cada verdade aprendida sobre Deus em assunto de meditação diante de Deus, conduzindo-nos à oração e ao louvor a Deus.


Temos alguma idéia a respeito do significado da oração, mas o que é meditação? É uma boa pergunta, pois a meditação é uma arte esquecida hoje em dia, e o povo cristão sofre dolorosamente por ignorar sua prática.

Meditação é o ato de trazer à mente as várias coisas conhecidas sobre os procedimentos, as peculiaridades, os propósitos e as promessas de Deus; pensar, deter-se nelas e aplicá-las à própria vida. É a atividade do pensamento santo, conscienciosamente apresentado diante de Deus, sob seus olhos, com seu auxílio e como meio de comunhão com ele.

Seu propósito é esclarecer nossa visão mental e espiritual de Deus e deixar que sua verdade produza um impacto total na mente e no coração do indivíduo. É o modo de falar consigo mesmo a respeito de Deus e de si próprio; é, na realidade, um meio de raciocinar consigo mesmo em ocasiões de dúvida e apreensão até chegar ao claro entendimento do poder e da graça de Deus.

O resultado deve ser nos humilhar, enquanto contemplamos a grandeza e a glória divinas e nossa insignificância e pecaminosidade, e nos encorajar e tranqüilizar — "confortando-nos", no velho e forte sentido bíblico da palavra —, enquanto contemplamos as riquezas insondáveis da divina misericórdia manifestada no Senhor Jesus Cristo. Estes foram os pontos salientados por Spurgeon na passagem que citamos no início, e eles são verdadeiros. À medida que penetramos mais e mais profundamente nessa experiência de sermos humilhados e exaltados, nosso conhecimento de Deus aumenta, e com ele nossa paz, força e alegria. Que Deus nos ajude a pôr em uso nosso conhecimento sobre ele, e que possamos todos, na verdade, "conhecer o Senhor".


J.I. Packer, O Conhecimento de Deus, pg 17.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Abandonado por Deus

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Tribo Kimyal festejando a chegada da Bíblia

Quanto dessa alegria e desejo pela Palavra de Deus nos falta. Nós que temos várias versões bíblicas, ainda reclamamos. Vejam nesse vídeo a tamanha felicidade por poderem ler a Bíblia em sua própria língua.


Tribo Kimyal festejando com a chegada da Bíblia traduzida na lingua deles. Tradução feita pela missionária Rosa Kidd atravez de um plano de Deus colocado em seu coração. Através de muitas dúvidas sobre o plano de Deus e 15 anos de trabalho aprendendo a língua, a tradução se completou em marco de 2010. Kimyal se encontra em Korupun, no oeste de Papua, a tribo tem mais ou menos 4 mil habitantes, onde 98% (3.920 pessoas) falam apenas a língua nativa de Kimyal. Enquanto muitos países rejeitam a palavra de Deus, não crêem, fazem piadas, e ridicularizam as historias da Bíblia em TV aberta, Deus leva a Sua palavra para aqueles que humildemente a recebem. Assim como Jesus disse: "Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?" (João 5: 46,47).

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Salvação Somente pela Graça

Todo homem natural luta contra a salvação pela graça. Embora não haja bem nenhum em nós, todos nós pensamos que temos; embora todos nós tenhamos quebrado a lei, e tenhamos perdido todo o direito de receber o favor divino, ainda estamos orgulhosos o suficiente para imaginar que não estamos tão mal quanto os outros, que há algumas circunstâncias atenuantes em nossas ofensas, e que podemos, de alguma forma, apelar à justiça, bem como para a compaixão de Deus. Assim, o apóstolo coloca tão fortemente: "Pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus, não de obras, para que ninguém se glorie".

A declaração do texto significa exatamente isso, que todos nós precisamos de salvação – salvação dos nossos pecados, e salvação das conseqüências deles, e que se somos salvos não é por causa de quaisquer obras que já tenhamos realizado. Quem, entre nós, ao olhar para trás em sua vida passada, ousaria dizer que merece a salvação?

Nem somos salvos por causa de quaisquer obras previstas, que ainda estão para ser realizadas por nós. Nós não fizemos nenhuma barganha com Deus que desse a Ele tanto serviço para tanta misericórdia; nem Ele fez qualquer aliança conosco, nesse contexto, Ele livremente nos salvou; e se o serviremos, crendo como deveríamos, com todo nosso coração, alma e força, mesmo assim, não teremos espaço para nos gloriarmos, porque nossas obras são realizadas em nós pelo Senhor. “O que temos nós então que não tenhamos recebido?”

De um sermão de Charles Haddon Spurgeon, intitulado "Salvação Somente pela Graça", proferido 4 de agosto de 1872.

Tradução: Jair Kunzler
Fonte: The Daily Spurgeon.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Cante as Escrituras

Primeira Conferência Cante as Escrituras

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É com muita alegria e louvor a Deus que anunciamos a Primeira Conferência Cante as Escrituras, que ocorrerá na Igreja Batista Central de Fortaleza (de Pedras), no Ceará [como chegar?]. Acontecerá dia 21 de maio (sábado) das 19:00h às 21:00h. Iremos defender, através de uma análise bíblica, as três premissas básicas de nosso manifesto: "A música cristã deve ser centrada nas Escrituras", "A música cristã deve ser baseada nos Atributos de Deus" e "A música cristã deve expor Cristo".

Com o intuito de cobrir parcialmente alguns gastos e abençoar outras vidas, a conferência não será gratuita. Mas sem desespero! A entrada custará UM REAL + 1 kg de alimento não perecível. O dinheiro cobrirá gastos, os alimentos serão doados para a ação social da própria IBC.

Pregador:
Yago Martins, co-diretor e co-fundador do Cante as Escrituras, membro do Ministério Voltemos ao Evangelho e da Missão GAP.

Se você mora no Nordeste do Brasil, especialmente no Ceará, não perca essa oportunidade. Esperamos você lá para juntos proclamarmos uma música gospel mais cristã!

NOTA:
A conferência será transmitida ao vivo por twitcam. Siga o Twitter do Cante as Escrituras e esteja online dia 21, às 17:00 horas para conferir.

Regeneração

terça-feira, 3 de maio de 2011

Emoções Espirituais Verdadeiras e a Ternura de um Cristão

Emoções falsas podem parecer que derretem o coração por um tempo, porém no fim endurecem-no. As pessoas sob a influência de emoções falsas, eventualmente se tornam menos preocupadas com seus pecados – seus pecados passados, presentes e futuros. Prestam menos atenção às advertências da Palavra de Deus e ao castigo de Sua providência. Tornam-se mais descuidados com o estado de suas almas e o modo de seu comportamento. Diminuem seu discernimento sobre o que é pecaminoso e tornam-se menos temerosos com a aparência do mal naquilo que dizem e fazem. Por quê? Porque têm uma opinião tão elevada sobre si mesmos.

Tiveram impressões e experiências religiosas; por isso pensam estar seguros. Quando estavam sob a convicção do pecado e medo do inferno, podem ter sido muito conscienciosos de seus deveres religiosos e morais. Entretanto, agora que pensam não estar mais em perigo do inferno, começam a abandonar o auto-controle e permitem a si mesmos entregar-se a suas várias luxúrias.

Tais pessoas não aceitam a Cristo como seu Salvador do pecado. Confiam nEle como o Salvador de seus pecados! Pensam que Cristo lhes permitirá tranqüilidade em seus pecados, e os protegerá do desagrado de Deus. Judas fala dessas pessoas como "certos indivíduos se introduziram com dissimulação... que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus" (Jud. 4). O próprio Deus nos alerta a respeito desse erro: "Quando eu disser ao justo que certamente viverá, e ele, confiando na sua justiça, praticar iniqüidade, não me virão à memória todas as suas justiças, mas na sua iniqüidade, que pratica, ele morrerá" (Ez. 33:13).

As verdadeiras emoções espirituais têm um efeito oposto. Fazem do coração de pedra cada vez mais um coração de carne. Tornam o coração sensível como carne ferida que é facilmente machucada. Cristo indica essa sensibilidade ao falar do verdadeiro cristão como uma criança (Mat. 10:42 e 18:3; Jo. 13:33). A carne de uma criancinha é tenra, assim como o coração de uma pessoa recém--nascida espiritualmente. Não só a carne, mas a mente de uma criancinha também é delicada; ela sente simpatia facilmente e não pode ver outros em dificuldades. O mesmo ocorre com um cristão. A bondade conquista facilmente a afeição de uma criancinha; assim é com um cristão. A criança se assusta facilmente com a aparência exterior do mal; da mesma forma, um cristão se alarma com a aparência do mal moral.

Quando uma criancinha encontra qualquer coisa ameaçadora, não confia em sua própria força, mas corre para seus pais; do mesmo modo, um cristão não tem auto-confiança para lutar com inimigos espirituais, porém corre para Cristo. Uma criancinha suspeita facilmente de perigo no escuro, quando sozinha ou longe de casa. De modo semelhante um cristão se apercebe dos perigos espirituais e se preocupa com a sua alma quando não pode ver claramente o caminho diante dele; teme ser deixado só e a alguma distância de Deus. Uma criança facilmente teme os mais velhos, teme sua ira e treme frente a suas ameaças. Do mesmo modo, um cristão teme ofender a Deus e treme diante do castigo de Deus.


De todos esses modos, um verdadeiro cristão se assemelha a uma criancinha. Nas coisas espirituais, o santo mais amadurecido e mais forte é a menor e a mais sensível das crianças.



A Genuina Experiencia Espiritual. Editora PES. Pg 75

sexta-feira, 29 de abril de 2011

7 Princípios de Finanças

Por Jim e Pam Elliff.

Uma das mais notáveis diferenças entre o crente e o mundo no qual ele vive é esta: a maneira incomum como ele lida com o dinheiro e os bens materiais. No entanto, até crentes sérios resistem aos aspectos aparentemente extremistas no ensino e estilo de vida de Cristo e dos líderes da igreja do Novo Testamento. Podemos imitar este estilo de vida do Novo Testamento em nossos dias?

Este esboço oferece ao crente zeloso alguns princípios-chaves que o preparam para um comportamento financeiro sobrenatural, diferente do comportamento do mundo. Separe algum tempo para ler os textos bíblicos sozinho ou, se casado, com a sua esposa. Medite sobre a atitude de obediência a ser praticada em cada área mencionada. Em seguida, descreva o que você aprendeu. Só há uma coisa a fazer, depois desta meditação... obedecer!

O princípio do não apegar-se

Não comprarei nem receberei nada do que eu não possa abrir mão. “Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lc 12.15).
Lucas 12.32-34; Lucas 16.13-25; 1 João 2.15-17
O que devo fazer para obedecer a estes versículos?

O princípio da liberdade

Não deverei nada a ninguém, exceto o amor. “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei” (Rm 13.8).
Prov. 22.7
O que devo fazer para obedecer a este versículo?

O princípio da liberalidade

Procurarei, constantemente, oferecer bens para a glória de Deus. “Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus” (2 Co 8.3-5).
2 Coríntios 9.7; Lucas 6.38.
O que devo fazer para obedecer a estes versículos?

O princípio da recordação

Manterei registros exatos da maneira como Deus lida comigo no aspecto financeiro, a fim de mostrar aos outros que Deus responde a oração e supre as necessidades de seu povo. “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16).
Provérbios 27.23-27
O que devo fazer para obedecer a estes versículos?

O princípio da segurança

Economizarei e investirei somente se Deus me guiar a fazê-lo, reconhecendo que abrirei mão de tudo ante à sua mais tênue orientação. “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam” (Mt 6.19, 20).
Provérbios 28.8; 1 Timóteo 6.9-11
O que devo fazer para obedecer a estes versículos?

O princípio da compaixão

Não orarei em favor das necessidades financeiras de um irmão, se eu não estiver disposto a ser o instrumento que Deus usará para satisfazer tal necessidade, se Ele o quiser. “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” (1 Jo 3.16-18).
Tiago 2.15-17; Lucas 6.30, 38; 2 Coríntios 9.6-15; Provérbios 28.27.
O que devo fazer para obedecer a estes versículos?

O princípio do contentamento

Ficarei contente com tudo o que Deus se agradar em prover-me, quer seja muito, quer seja pouco. “Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece”(Filipenses 4.11-13).
Provérbios 30.7-9; Mateus 6.24-34; 1 Timóteo 6.8
O que devo fazer para obedecer a estes versículos?


Fonte: Revista Fé Para Hoje nº 36.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Repartindo com oito

Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás. Reparte com sete, e ainda até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra. (Eclesiastes 11:1-2)

Vi um homem acumulando seus tesouros, construindo celeiros maiores, enchendo de coisas o seu cofre de segurança e se preocupando com os seus investimentos. O desastre veio e ele perdeu tudo, porque tinha tudo a perder. Ele não tinha nem três consoladores [Ref. a Ecl. 4.1].

Vi um homem distribuindo seu dinheiro com liberalidade, esvaziando seus celeiros e dando seus investimentos para a caridade. O desastre veio e ele não perdeu nada, pois não tinha nada a perder. E ele foi acolhido nas moradas eternas.

Peter J. Leithart

Traduzido por Saulo Rodrigo do Amaral

Artigo original aqui.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Anda pelos caminhos do teu coração


Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo. (Eclesiastes 11:9)

Que tipo de orientação devemos dar para as nossas crianças? Nós geralmente focamos exclusivamente em todas aquelas coisas que eles não podem fazer. Essa abordagem é perfeita, especialmente para as crianças mais novas. Afinal, nós adoramos e servimos a um Deus cujas primeiras palavras para o recém-nascido Israel foram “Não terás, não farás...”.

No final de Eclesiastes, Salomão oferece um tipo diferente de orientação. Falando especificamente aos jovens, ele incita-os a regozijarem-se, a deixarem que seus corações estejam alegres, e a seguirem os seus desejos durante os vaporosos dias da juventude.

Salomão não está incitando os jovens a cederem ao pecado. Mas ele dá, relativamente, poucos limites. Lembre-se de que você morrerá e de que sua vida é um vapor. Lembre-se do seu Criador, o Deus onipotente e generoso que fez você e deu a você todas as coisas. Lembre-se de que Deus trará tudo o que você faz a julgamento. Lembre-se dessas coisas, Salomão diz, e siga os desejos do teu coração.

Nós, como pais, estamos ansiosos que nossas crianças fujam do pecado, então nós nos refreamos de dar esse tipo de permissão. Mas se os corações de nossas crianças estão atentos à brevidade da vida e ao julgamento vindouro, então encoraje-os a “andar pelos caminhos do teu coração”. Se a visão do mundo deles é moldada por uma percepção profunda do seu Criador, então não se preocupe em dizer-lhes para “seguir pela vista dos teus olhos”.

De qualquer forma, ensine às suas crianças os 10 mandamentos e todos os outros “ Não deverás” da Escritura. Mas não negligencie o ensino de Salomão: ensine suas crianças que elas são criaturas de um Criador amoroso; ensine-os a respeito da morte; ensine-os que Deus é um juiz. Então, deixe-os soltos.

Peter J. Leithart

Traduzido por Saulo Rodrigo do Amaral

Artigo original aqui.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Jesus: mais que um salvador

sexta-feira, 4 de março de 2011

Não, Não, Não Agostinho!

No Enquirídio de Santo Agostinho, Capítulo 46, que ouço em momentos de folga, ele diz isso:

"Aqui está a necessidade de cada homem ter nascido de novo, que ele poderia ser liberto do pecado no qual ele nasceu. Porque os pecados cometidos depois podem ser curados através de penitência, como vemos é o caso pós-batismo."

Isso é, se o entendi, engano na melhor das hipóteses.

Não que eu queira minimizar o significado de 1 Jo 1:9 (“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é Fiel e Justo para nos perdoar os pecados”). Mas dizer do novo nascimento como sendo o modo que somos libertos do pecado pré-batismal, e a penitência como sendo o modo de sermos libertos do pecado pós-batismal, é dar um tratamento duplo ao pecado que contradiz a forma como a morte de Cristo opera - propiciada a todos os pecados dos eleitos de Deus, passado, presente e futuro.

Aqui está uma grande evidência. Acompanhe o raciocínio do João em 1 João 2: 1-2:

"Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo."

No primeiro verso, João nos convida a não praticarmos nenhum pecado futuro. Mas entao ele diz que se viermos a cometer algum pecado futuro, nós temos um advogado, nesse caso, junto ao Pai.

No verso 2, ele baseia a eficácia dessa defesa ao final, uma vez por todas, propiciada pela obra de Cristo. Ele, esse advogado maravilhoso, é a propiciação pelos nossos pecados.

Portanto, a mesma propiciação que levou a picada dos nossos pecados pré-batismais, também levou a picada dos nossos pecados pós-batismais. Meus pecados futuros não são tratados de forma diferente dos pecados da minha juventude.

O sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado. 1 Joao 1:7. Todos os pecados.
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John Piper
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Tradução: Jair Kunzler
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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Verdade da Eternidade

Hoje é o dia de comunicações rápidas. Amanhã é o dia de negócios. A eternidade é o dia da verdade. Se você vive somente para este mundo, se importará pouco com a verdade. “Comamos e bebamos, que amanhã morreremos”. Se isso tudo existe, podemos muito bem chamar de “verdade” as idéias que protegem nossos apetites. Mas, se você vive para a eternidade, rejeitará as modas populares e efêmeras, para se tornar eternamente relevante.Temos de valorizar a verdade acima do sucesso temporário. Onde a verdade é minimizada e as pessoas não estão nela arraigadas e fundamentadas, o sucesso é superficial, e a árvore cresce oca, embora floresça no sol da prosperidade. Que Deus nos dê um amor humilde submisso pela verdade da Palavra de Deus, na profundeza e plenitude dela.
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Fonte: Penetrado pela Palavra. John Piper

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Como ajudar os afetados pelas enchentes no RJ

O Conselho de Ação Social da IPB abriu uma conta no Banco do Brasil específica para ajudar os afetados pelas enchentes e desmoronamentos no estado do Rio de Janeiro.

Mais informações e todos os dados em:

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Não tires de nós a Tua Bíblia


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