segunda-feira, 8 de março de 2010

Se você fosse membro de uma igreja arminiana e o pastor pedisse a você que não falasse mais sobre as doutrinas da graça, o que você faria?


A pergunta que segue foi feita por mim, via Twitter, ao Pr. John Piper no Ask Pastor John Live (inclui vídeo e áudio em inglês).

_____


O que segue é uma tradução da transcrição editada do áudio
em inglês

Se você fosse membro de uma igreja arminiana e o pastor pedisse a você que não falasse mais sobre as doutrinas da graça, o que você faria?

Eu perguntaria a ele o que ele quer dizer: “Você quer dizer em casa com os meus filhos? Você quer dizer em uma conversa quando alguém me pergunta? Você quer dizer na escola dominical no estudo sobre a doutrina da salvação? O que você quer dizer?”

E se ele dissesse: “Todas elas”, eu sairia dessa igreja. Digo, não necessariamente faria isso de forma imediata. Eu diria: “Ei. Então você está me proibindo de fazer aquilo que a Bíblia requer que eu faça, isto é, pregar a verdade em amor? Visto que eu não posso seguir a Cristo aqui debaixo de sua liderança, você está me pedindo para sair”.

Mas eu diria: “Poderíamos estudar e orar a respeito disso?” E se ele estiver disposto a se comprometer em algum tipo de processo, não quero encorajar as pessoas a deixarem suas congregações. Quero que elas trabalhem lá, sirvam, sejam atenciosas e unidas tanto quanto possível.

Mas se tudo isso for inútil, acho que algo como “Você não tem permissão para falar a respeito das coisas que são tão queridas, preciosas e centrais para o seu entendimento do evangelho” provavelmente significaria que você deve procurar outra igreja.

John Piper

Tradução: Saulo Rodrigo do Amaral

11 Comentários:

Josemar Bessa disse...

Resposta perfeita, pois contém compromisso com a verdade e maturidade - Deus queira que tantas pessoas que estão nesta situação venham agir exatamente assim.

Anônimo disse...

Atualmente congrego em uma igreja evangélica, onde tenho plena liberdade para pregar as doutrinas da graça. Graças a Deus.

Mas há alguns anos, fui chamado por um pastor após um sermão onde afirmei que a salvação é somente pela graça, mediante a fé, sem o concurso das obras. Ele disse que eu estava incentivando a libertinagem e pediu para que eu não mais pregasse sobre isso.

Então lhe disse, simplesmente, que não me cedesse mais o púlpito, pois todas as vezes que eu o ocupasse pregaria o que a Bíblia diz, ela diz que somos salvos pela graça somente. Ele revelou então que o problema era ainda mais grave, pois segundo ele Deus perdoava os pecados cometidos até o batismo, dali para frente estávamos por nossa conta.

Como resultado, não fui mais convidado para pregar, até a saída dele da igreja. Com a chegada de outro pastor, expus o que eu cria e ele só me pediu para tomar cuidado para não dividir a igreja. Deus tem dado graças nesse sentido, que nunca houve uma disputa por causa dessas questões na igreja, mesmo os irmãos sabendo que eu creio e prego a eleição incondicional e a perseverança dos santos.

A resposta do Piper foi muito boa, graças a Deus que não precisei sair, o que detestaria fazer, pois amo minha igreja local.

Em Cristo,

Clóvis
Editor do Cinco Solas

Anônimo disse...

E você, o que fará?

Jair Kunzler disse...

Esses anônimos, são engraçadíssimos, rsrs

Saulo R. do Amaral disse...

Bom, talvez esse anônimo me conheça. rsrs! Pela graça de Deus ninguém me impediu de falar dessas doutrinas bíblicas onde congrego. Apesar de algumas pessoas rejeitarem o testemunho das Escrituras e distorcerem-na para se encaixar em sua tradição, difamando os que creem na Palavra de Deus; apesar de ter havido muita confusão sobre o assunto por parte de pessoas que idolatram homens, não me impediram de pregar sobre as doutrinas da graça, nem procuraram saber do que se tratam, na verdade. Apenas me pediram para tratar do assunto com maturidade e com pessoas que não sejam mal-intencionadas. Amo meus irmãos, e gostaria muito de poder conviver onde congrego, em paz, compartilhando de todo o testemunho de Deus. Se isso for impossível, não tenha dúvidas de que Cristo vem em primeiro lugar, e a Sua Palavra é a autoridade infalível. Abraços!

Saulo R. do Amaral disse...

Clóvis, que bom que voxê teve essa liberdade. Eu tive vários problemas. Mas os problemas vieram em decorrência de brigas pessoais e de idolatrai de homens. Infelizmente, muitas pessoas seguem mais a homens do que a Deus. Inclusive, uma dessas pessoas me disse que obedece fulano de incondicionalmente. Pura idolatria. No entanto, temos passado por um tempo de perdão, de renovo e creio que Deus fará a obra na congregação de onde participo. Na verdade, existiam muitos problemas pessoais internos, muitos mesmo, e agora as coisas começaram a se resolver. Com relação à doutrina pregada, temos muito o que melhorar. Mas Deus não nos chamou para uma vida confortável, né? Lutas sempre terão. Espero que sirvam para o crescimento dos irmãos.

Jair Kunzler disse...

Uma resposta ao Anônimo...
provavelmente você deve conhecer a gente, talvez seja até la da nossa congregação. Mas é como o Saulo disse, havia uma possibilidade de nos retirarmos de lá se houvesse alguma proibição com relação aos estudos bíblicos que estávamos fazendo. Mais especificamente, as Doutrinas da Graça e Os Atributos de Deus. Ao contrário do que esperávamos (a proibição) tivemos o incentivo da liderança que cobre a igreja local (não sei se por unanimidade), e isso foi algo grandioso pra nós, porque amamos os irmãos e não gostariamos de ter que deixá-los por uma questão dessas. Infelizmente, a falta de maturidade e clareza das Escrituras em alguns irmãos, trouxe muitos inconvenientes, mas, nesse caso, preferimos sempre ficar com o que a Bíblia diz, que é a máxima autoridade sobre nossas vidas. Gostaríamos que todos os irmãos fossem abertos aos ensinos da Palavra e não presos em metodologias, tradições e pacotes de empreendimentos. Pecaria contra minha própria consciência se ficasse ali, proibido de estudar verdades bíblicas tão lindas, seguras e ao mesmo tempo, desafiadoras. Glórias sempre sejam dadas a Deus!

Anônimo disse...

Saulinho, não vá tatuar uma tulipa no braço!

Anônimo disse...

Eu vivi isso. Talvez ainda viva...fiquei 2 anos sem poder abrir a boca na igreja a qual estou por ser calvinista e "toda" a igreja ser arminiana - as aspas são pq, talvez 90% nem saiba o q é isso - meu pr proibiu minhas pregações (eu era convidado pelo pr auxiliar para pregar em cultos de terças), proibiu pessoas de virem na minha casa aos fim de semana, e me pediu para não conversar com as pessoas na porta da igreja sobre puritanos, calvinismo e etc...foi um tempo difícil para mim e minha esposa..me senti muito inclinado a sair da igreja e procurar outra, até visitamos algumas, mas de tempos em tempos, voltavamos lá...depois desse período, meu pr "voltou" atrás, ou melhor, resolveu me tolerar, fui chamado para dar aulas na EBD e só me pediu para quando expor um texto no qual sei q pensamos diferente, só expor os dois lados, mas ainda hj, mudanças acontecem do nada q geram obstaculos as minhas pregações...a igreja é uma neo, não é nada fácil estar la...certa vez muito cansado de tudo, fui ler umas das cartas paulinas, enquanto se afinavam os instrumentos e me deparei com: "tudo suporto por causa dos eleitos", pensei, bom os problemas de Paulo davam de 10 a 0 nos meus..e assim ainda estou lá, sabe-se lá até quando...

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Saulo R. do Amaral disse...

Anônimo 1, (tlvz seja o Tiago, pelo tipo de comentário, rsrs), minha ideia era tatuar as 95 teses de Lutero na minha nuca, mas não coube. Pena! rsrs!

Anônimo 2, muito obrigado por compartilhar sobre a tua situação. Nunca havia pensando sobre esse versículo neste contexto. Valeu!

Postar um comentário

  ©Orthodoxia desde 2006

TOPO