segunda-feira, 20 de julho de 2009

Uma oração arminiana

Vocês têm ouvido uma quantidade grande de sermões arminianos, ouso dizer, mas vocês nunca ouvirão uma oração arminiana - porque os santos em oração se mostram iguais em palavra, ação e mente. Um arminiano de joelhos orará tão fervorosamente, quanto um calvinista. Ele não pode orar sobre o livre-arbítrio; não há espaço para isso. Imagine-o orando: "Senhor, eu te agradeço porque não sou como aqueles pobres e presunçosos Calvinistas. Senhor, eu nasci com o glorioso livre-arbítrio; nasci com o poder pelo qual posso me voltar para ti por mim mesmo; tenho acrescido minha graça. Se todos tivessem feito com suas graças o mesmo que fiz com a minha, todos poderiam estar salvos agora. Senhor, eu sei que o Senhor não nos faz propensos a ti se nós mesmos não nos dispusermos a isto. Deste graça a todos; alguns não a cultivaram, mas eu a cultivei. Há muitos que irão para o inferno, mesmo estando tão comprados pelo sangue de Cristo quanto eu estou; tiveram tanto do Espírito Santo quanto me foi dado; tiveram uma boa chance, e foram tão abençoados quanto eu fui. Não foi a tua graça que nos fez diferentes; sei que ela fez muito, mas eu é que mudei de direção; eu fiz uso do que me foi dado, e os outros não - esta é a diferença entre mim e eles".

Esta é uma oração do diabo, porque ninguém mais ofereceria uma oração como esta. Ah! Quando estão pregando e falando bem devagar, podem apresentar uma doutrina errada; mas quando vêm orar, a verdade escapa; eles não podem evitar.

Spurgeon

15 Comentários:

GILSON DE MOURA disse...

Excelente argumentação!
Realmente os pastores de hoje em dia preferem pregar como arminiano para ver se suas congregações pequem menos! Pregam o Arminisnismo, mas não oram como um arminiano.
Vou usar na minha apologia ao Calvinismo!

Gilson
Blog Missões e Adoração
http://missoeseadoracao.net

GILSON DE MOURA disse...

Não pude deixar de postar mais uma vez.

Quero compartilhar o versículo 26 do capítulo 8 da Carta de Paulo aos Romanos:

"Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis".

Armando Marcos disse...

estou sempre colocando artigos do seu blog, do spurgeon, no meus, no principal, e no Projeto Charles spurgeon!(http://projetocharlesspurgeon.blogspot.com/)

não sei se vc participa deste tipo de brincadeira, mas tem 2 selos para seu blog lá no meu
http://armandomarcos.blogspot.com/2009/07/selos-o-blog-sola-tem-repercutido-na.html
Abraços
Armando MArcos

Saulo R. do Amaral disse...

Gilson, o que acontece é que há incredulidade em pregar todo o conselho de Deus. Quando a gente acha que não deve pregar sobre tal assunto da Palavra, como predestinação, porque achamos que pode causar polêmica, estamos pecando seriamente, censurando o próprio Deus por algo que Ele mesmo escreveu. Mas essa questão da oração é engraçada... aqueles que creem no livre-arbítrio do homem oram em desacordo com o que creem. A verdade é que a mente precisa ser renovada e todo o pecado expulso.

Abraços!

GILSON DE MOURA disse...

Essa situação me faz lembrar da parábola do Filho Pródigo, mais especificamente do irmão mais velho, quando ele questiona o pai.

Muitos irmãos estão na igreja vivendo de modo medíocre e - ao ver um irmão que se desviou dos caminhos do Senhor - apontam o dedo e afirmam que ele vai para o inferno. Muitas vezes o que se passa na mente de tais pessoas não é o zelo pela obra, mas sim, a concupiscência em querer fazer tais coisas e invejar o desviado.

Não somos juízes! Não podemos julgar! Só devemos analisar os frutos. Enquanto a pessoa estiver viva, Deus tratará dela de alguma forma, é o amor de Deus. Após a morte, aí é só o juízo, o juízo de Deus.

Agora, outra questão:
Como funcionam os selos? Não entendi direito.

Inventam mil argumentos para desdizer o que a Bíblia afirma tão categoricamente.

Paulo Oliveira disse...

nossa o que vocês dizem tem razao, nunca fui calvinista, mas vejo que tenho que estudar mais, muito mais,

meu blog: www.paulojuniodeoliveira.blogspot.com
obrigado,
PS: o negocio da oraçao chamou muito minha atençao.

otdx disse...

Olá Armando,

Não temos o hábito de divulgar selos aqui no blog, mas agradecemos o reconhecimento. =)

Abraço!

Anônimo disse...

É interessante como os calvinistas não entendem a proposta teológica a qual se opõem. Até Charles Spurgeon se mostrou tão néscio.

Sei que fora apenas ironia, pois nenhum convertido ora desta maneira. Mas, e como seria a oração pejorativa de um calvinista?

"Senhor, agradeço a Ti por ser eleito. Por não ser como aquele meu vizinho, um reprovado, destinado por Ti a ir ao inferno, o lugar que merece."

Jair Kunzler disse...

Anônimo (??)
O que Spurgeon diz no post é que há incoerência entre a oração e a teologia de um arminiano. A Doutrina Bíblica da eleiçao e predestinação é testificada nas orações dos santos de Deus, que já nasceram de novo, sejam eles "calvinistas" ou não. Ela não fere a doutrina. Já a doutrina do livre arbítrio não tem espaço em nenhuma oração de um santo de Deus, mesmo sendo arminiano. Em resposta ao exemplo de sua oração, sugiro que leias o post "A Pureza da Eleição", pode te ajudar a entender como um eleito de Deus pensa. Porque o teu exemplo de oração é de um ímpio e não um eleito, santificado.

Anônimo disse...

Ok. Mas todo calvinista se utiliza de uma pregação arminiana no Evangelismo.

Saulo R. do Amaral disse...

Admito que muitos fazem isso, mas estão errados. Não fazem isso por necessidade, mas por incoerência. Eu não utilizo argumentos arminianos para o evangelismo. Note-se: dizer que Deus demanda o arrependimento de todos não é uma rgumento arminiamo. Muito menos dizer que Cristo morreu por pecadores. Agora, se eu dissesse "Deus te ama e tem um plano maravilhoso para a tua vida", "Convide Jesus para entrar no teu coração", "Jesus morreu por cada um dos homens. Tudo o que você precisar fazer é aceitar esse perdão", aí sim estaria usando argumentos não-bíblicos. Entretanto, até mesmo com esses argumentos, Deus pode chamar os seus eleitos ao arrependimento.

Saulo R. do Amaral disse...

Mais uma coisa: a questão toda no evangelismo é pregar o evangelho, o arrependimento e as consequencias de não crer em Jesus. Você não precisa usar argumentos arminianos e nem falar sobre eleição ou predestinação. Não é uma coisa necessária. Entretanto, não seria errado, pois até Jesus falou sobre eleição quando pregava as boas-novas. João 6:60-66 "Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? Sabendo, pois, Jesus em si mesmo que os seus discípulos murmuravam disto, disse-lhes: Isto escandaliza-vos? Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava? O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida. Mas há alguns de vós que não crêem. Porque bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar.E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por se por meu Pai não lhe for concedido. Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele."

MT disse...

O problema é que muitas pessoas criticam a doutrina da Predestinação, sem ao menos conhecê-la.
E dizem que os reformados afirmam aquilo que, na verdade, não afirmam.
Esses dias vi o site de um pastor coreano, criticando a doutrina da eleiçao incondicional. Ele dizia que é inconsistente, pois Cristo é a condição através da qual Deus nos escolheu.
Pois bem, gostaria que ele me mostrasse algum reformador como o próprio Calvino; Lutero; reformados como C.H. Spourgeon ou algum dos grandes nomes dos nossos dias como p.e o John Stott, John Piper, dentre outros nomes, que afirmasse que NAO fomos eleitos em Cristo.
É obvio que Deus nos elegeu em Cristo, esta idéia é clara em Ef.1:3-5.
Quanto ao fato de não haver condições para eleição, deve-se entender que a escolha de Deus dos eleitos não tem nada a ver com algo fora Dele mesmo. Efésios 1.5, "foi segundo o beneplácito de sua vontade" que nos elegeu. POR ISSO A ELEIÇÃO É INCONDICIONAL.
Dc.Helbert

Unknown disse...

Este é como outros assuntos, palco de muitos debates.
Apesar de ter crescido aprendendo a doutrina arminiana, creio que é possível haver um equilibrio propicio entre as 2 correntes.
Um bom livro que sugiro: Eleitos, mas livre de Norman Geisler, Ed. Vida.

Parabéns pela ilustração.

http://oblogdodumane.blogspot.com/

Saulo R. do Amaral disse...

Eu tenho o livro do Geisler. É horrível, rsrs! Ele se confunde todo e não diz nada com nada. Mto fraquinho. Até os arminianos mais antenados sabem que ele se perde e inventa vários termos, redefinindo conceitos tradicionais ("calvinistas extremados (?), p. ex.", fazendo uma péssima exegese bíblica... Sugiro que leias a réplica que James White escreveu: http://www.amazon.com/Potters-Freedom-Reformation-Rebuttal-Geislers/dp/1879737434

Abs!

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