terça-feira, 29 de abril de 2008

No Solo da Gênese

BereshitSobre o por que do relato da Criação e por que ele foi colocado logo na abertura da Torá e, mais ainda, qual a importância fundamental deste capítulo da Torá, já que ela busca educar os homens e não apenas descrever Deus e seus atos maravilhosos, o Rabino Moshe Grylak escreve:

A resposta é que só haverá sentido no que vem a seguir se partirmos do pressuposto da Criação. Somente se soubermos que o mundo foi criado por Deus, um Ser Onipotente e Perfeito que transcende ao Universo e que criou o mundo com liberdade absoluta, é que poderemos dar sentido a qualquer discurso que verse sobre questões morais, sobre o bem e o mal, sobre honestidade, sobre justiça e injustiça e, principalmente, sobre a responsabilidade do homem pelos seus atos. Pois o homem foi criado à Sua semelhança e experimenta a liberdade Divina.

No entanto, se o mundo não houvesse surgido – Deus nos livre – por obra dos mistérios do Criador, a moral seria a maior das ilusões sobre a face da Terra. Ácidos, gases e moléculas não são “bons” ou “maus”. Se a matéria do mundo é sua única existência e realidade, então a moral não possui qualquer concretude intrínseca. Valores, reflexões sobre o bem e o mal, posturas morais e éticas, tudo isto seria, no melhor dos casos, apenas pontos de vista daqueles que os postulam. Este é o grande dilema, adequadamente expresso pelo filósofo ateu Bertrand Russel:

“Não sei como refutar as hipóteses referentes à relatividade da moral. Por outro lado, é difícil crer que a única coisa incorreta na crueldade selvagem seja o fato de eu não apreciá-la.”

Este é o grave problema do ateu. Sua mente não crê em Deus e seu coração segue sua mente. Sua razão o leva apenas a “não gostar”, por exemplo, dos nazistas, os quais tinham uma visão distinta sobre o bem e o mal. Ao mesmo tempo, seu coração sabe que a crueldade deles era essencialmente má e se originava no profano.

É por esse motivo que a Torá começa pela história da Criação do Mundo por Deus. Esta é a base que possibilita a existência da moral e da exigência de atitudes morais por parte dos homens. Esta é a verdadeira medida segundo a qual serão avaliados os pensamentos e as ações dos homens, sejam estas ações boas ou más. A Criação do Mundo é o dado fundamental que nos possibilita encontrar sentido na história humana e nos atos de cada indivíduo no contexto desta história.

Moshe Grylak - Reflexões sobre a Torá

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Humor que Faz Pensar

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Madame Guyon [a pedido]

Jeanne Marie Bouvier de La Motte (1648-1717), mais conhecida como Madame Guyon, foi levantada por Deus num contexto católico, em pleno século XVII, quando as nuvens da apostasia ainda eram densas, apesar da fresta de luz da Reforma. Deus a usou de forma especial para abrir caminho para a restauração da vida interior, da comunhão profunda com Ele, através da oração, da consagração plena, da santificação e do operar da cruz. Seus inspirados escritos, especialmente gerados na prisão, influenciaram a muitos ao redor do mundo e a notáveis líderes, tais como o Arcebispo Fenelon, os Quacres, John Wesley, Zinzendorf, Jessie Penn-Lewis, Andrew Murray e Watchman Nee. Eles foram tão marcados por Deus através dela que muitas das verdades comentadas e vividas por eles tiveram origem, de alguma maneira, no que herdaram de Madame Guyon; em nossos dias, estamos apenas começando a tocar no fluir das águas da verdadeira espiritualidade que Deus fez jorrar através dela.Sua autobiografia, escrita especialmente para atender à insistência de seu mentor, o padre La Combe, é notoriamente reconhecida como um dos maiores clássicos cristãos. Em vários livros encontramos menções dispersas desta autobiografia e de seus escritos, tentando resumir sua vida e obra. Hoje, pela primeira vez em língua portuguesa, temos a grande satisfação de apresentar aos garimpeiros de preciosidades esta singular obra.Esta é uma versão completa da obra original, e conservamos na íntegra o estilo da autora, em sua linguagem e contexto católico (apenas adicionamos os títulos, subtítulos e frases resumindo os capítulos). Como ela ressaltou: `Espero que o que escrevo não seja visto por ninguém que possa ofender-se com isso, ou que não esteja em condição de ver estes assuntos em Deus. Assim, é nosso encargo que, sem preconceitos, nossos olhos sejam abertos para também vermos, como muitos, além das letras e da casca das conjunturas naturais e tocar nos segredos do coração de Deus dispensados de forma especial pela correspondência incondicional de Madame Guyon. Esta é uma obra (Autobiografia de Madame Guyon) que merece nosso respeito. Que possamos vê-Lo no cenário e amá-Lo ainda mais. Ó Senhor, esta obra é fruto de Tua providência. A Ti damos toda glória!

Livro de sua autobiografia disponível na Editora dos Clássicos

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Os Benefícios do Inverno

Vejo o inverno como uma estação que dá excelentes exemplos do trabalho de transformação do Senhor na vida do cristão. Quando ele chega, é como se o mundo vegetal refletisse a imagem da purificação, medianta a qual Deus remove as imperfeições da vida de seus filhos.

Quando o frio tem início nas asas de uma tempestade de inverno, as árvores vão gradualmente perdendo as folhas. O verde logo é trocado pelo tom de marrom funesto; e as folhas caem e morrem. Presencia-se a perda da bonita vestimenta do verão. Que sensação experimenta você, ao contemplar essa pobre árvore? Você sente como que uma revelação.

Debaixo de todas as lindas folhas estão toda espécie de irregularidades e defeitos. Eles eram invisíveis em razão das folhas que os cobriam. Agora começam a ser revelados! A árvore já não é bonita na sua superfície aparente. Mas será que ela mudou? Não de todo. Tudo continua a ser exatamente como era antes. Tudo prossegue sendo como sempre foi! É certo que as folhas já não estão lá para esconder o que é real. A beleza da sua vida exterior apenas apenas ocultou o que sempre estivera lá.

A mesma coisa acontece com você. O mesmo sucede com todo cristão. Nós podemos parecer bonitos... até que a vida desapareça! Então não haverá dúvida: o cristão irá mostrar-se com todos os seus defeitos. Se Deus não trabalhar para purificá-lo, você se mostrará despido de todas as suas virtudes! Contudo, dentro da árvore existe uma vida; e assim como a árvore, você não está se tornando pior; está simplesmente se vendo como realmente é! É preciso saber que no interior da árvore de inverno ainda há uma vida que produziu lindas folhas na última primavera.

Não, o cristão no mais profundo do seu ser não foi privado de sua virtude essencial. Ele não perdeu vantagens; apenas perdeu algo humano, o senso da própria bondade pessoal, e em seu lugar descobriu sua total desventura. Ele perdeu a comodidade pelo fato de seguir o Senhor. Essa comodidade nasceu mais em virtude da ignorância sobre si mesmo do qualquer outra razão.
Assim como acontece com a árvore acontece com você.

O cristão, espoliado e exposto, aparece perante os próprios olhos como algo desnudo; e todos que estão a sua volta lhe vêem pela primeira vez os defeitos - defeitos que estavam privilegiadamente escondidos, ocultos pelas graças externas.

Algumas vezes tal revelação é tão devastadora para o orgulho do cristão, que ele simplesmente nunca se recupera, decidindo ser um cristão em outro nível; ou renunciando totalmente a idéia de seguir o Senhor.

Através do inverno, longo e frio, a árvore parece estar morta, como muitas da floresta. Mas ela sabe que isso não é verdade. No momento parece que a destruição é total, mas na verdade repousa em algum lugar.

Essa árvore está se submetendo a um processo que preserva sua vida e a fortalece. Afinal, o que o inverno faz com ela? Ele fazcom que seu interior se contraia. A vida que está no seu interior não vai mais ser usualmente consumida! Ela vai ficar concentrada no interior do seu tronco e na porção mais oculta de sua raiz, sendo empurrada até bem fundo.

O inverno preserva a árvore - não importa o quanto ela pareça estar morta. É verdade que suas folhas caem, deixando-a deformada e exposta; no entanto, nunca esteve mais viva! Durante o inverno, a fonte e o princípio da vida ficam mais firmemente estabelecidos do que em qualquer outra estação.

Nas outras estações a árvore tem de utilizar toda sua força de vida para adornar-se e embelezar-se. Mas ela faz isso despendendo muita vida, extraindo sua vitalidade das raizes e das partes mais profundas do tronco. É preciso que exista um inverno. Ele é necessário para que ela viva, sobreviva e floresça; e volte a florescer.

A virtude tem uma maneira interior de fazer com que o cristão pense profundamente, enquanto desaparece totalmente da superfície, deicando os efeitos externos e naturais notadamente visíveis!

Se temos olhos para ver, então nos damos conta de que isso é bonito.

A graça faz exatamente a mesma coisa com a nossa vida. Deus levará as folhas. Algo fará com que elas caiam. A virtude externa entrará em colapso. Ele faz isso para fortalecer a principal das virtudes. A fonte da vida deverá ser reconstruída. Alguma coisa bem lá no interior da alma ainda funciona. Em algum lugar dentro do espírito as funções que são consideradas as mais importantes (na estimativa de Deus) nunca descansam. O que continua ainda está muito bem escondido. É a humildade.

O que está acontecendo é o puro amor.

O que continua na parte mais interior é a renúncia e o desprezo pelo eu. O homem interior está fazendo progressos. A alma está aventurando-separa adiante, dentro do interior. Verdadeiramente, parece que as manobras de Deus estão concentradas nas partes externas do cristão, e nem por um momento se pode vislumbrar que não seja agradável á vista. No entanto, não se desenvolveu na alma nenhum novo defeito! Somente faltas antigas vieram a tona! E por estarem expostas cicatrizam mais facilmente.

Se você ousar desafiar a peregrinação espiritual, lembre-se dos dias de calamidade, do período de seca, e do tempo que o homem chamará de inverno espiritual: A vida está lá!

Se o inverno vier ...
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Extraído do livro "Aventura Espiritual" - Madame Guyon - Ed Danprewan. Disponível na Editora dos Classicos

sexta-feira, 18 de abril de 2008

O Kotel

Na alta colina há um velho muro de pé, todo cheio de fendas, de onde sai a erva grossa.
Mas sua força está íntegra,
No coração forte das pedras.

Diante desse velho muro há velhinhos curvados:

Inclinam-se, rezam, choram;
Contam seus lutos e redizem às pedras seu sofrimento ainda recente e vinte vezes secular.

E da extrema altura, sobre o muro arruinado
Nascem raios de sol dourados de piedade;
E o Deus que desce de onde descem as luzes
Consola ao mesmo tempo os velhinhos e as pedras.


Iacov Cohen - "O muro das lamentações"
Poesia de Israel. Trad. Cecília Meireles

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Depressão na pista

Para descontrair, nesta quarta-feira chuvosa...

terça-feira, 15 de abril de 2008

Como evitar as conversas supérfluas

Evita, quanto puderes, o bulício dos homens, porque muito nos perturbam os negócios mundanos ainda quando tratados com reta intenção; pois bem depressa somos manchados e cativos da vaidade. Quisera eu ter calado muitas vezes e não ter conversado com os homens. Por que razão, porém, nos atraem falas e conversas, se raras vezes voltamos ao silêncio sem dano da consciência? Gostamos tanto de falar, porque pretendemos, com essas conversações, ser consolados uns pelos outros e desejamos aliviar o coração fatigado por preocupações diversas. E ordinariamente sentimos prazer em falar e pensar, ora nas coisas que muito amamos e desejamos, ora nas que nos contrariam.

Mas ai! Muitas vezes é em vão e sem proveito, pois essa consolação exterior é muito prejudicial à consolação interior e divina. Cumpre, portanto, vigiar e orar, para que não passe o tempo ociosamente. Se for lícito e oportuno falar, seja de coisas edificantes. O mau costume e o descuido do nosso progresso espiritual concorrem muito para o desenfreamento de nossa língua. Ajudam muito, porém, ao aproveitamento espiritual os devotos colóquios sobre coisas espirituais, mormente quando se associam em Deus pessoas que pensam e sentem do mesmo modo.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

As Divisões da Igreja de Corinto – Retrato de Hoje

O texto abaixo foi escrito pelo Dr. Augustus Nicodemus. Apesar de ser um texto relativamente grande para um blog, resolvi colocá-lo na íntegra, por julgar ser de grande importância para os evangélicos. Aos que são de Floripa e estavam no retiro do fim de semana, seria um reforço a respeito de um dos tópicos que foi ministrado no encontro.

Apesar de ser uma igreja que se via como espiritual (1 Coríntios 3.1) e de ser voltada para a busca de dons carismáticos (1 Coríntios 12.31; 14.1; 14.12), a igreja de Corinto estava na iminência de dividir-se em pelo menos quatro pedaços. Paulo, ao escrever-lhes, menciona que tem conhecimento de quatro grupos dentro da comunidade que ameaçavam a sua unidade: os de Paulo, os de Pedro, os de Apolo e os de Cristo (1 Coríntios 1.11-12). A igreja de Corinto, com seu espírito faccioso e divisionista, a despeito de sua pretensa espiritualidade, ficou na história como um alerta às igrejas cristãs de todo o mundo, registrado na carta que Paulo lhes escreveu.

Para aprendermos a lição, devemos primeiramente entender o racha que estava por acontecer naquela igreja. E não é um desafio fácil determinar com relativa certeza a natureza e identificação de cada um dos grupos mencionados por Paulo em 1 Coríntios 1.12.

Uma explicação popular é a dos partidos teológicos. Para alguns estudiosos, os aderentes de Pedro, Paulo e Apolo haviam-se agrupado em torno das suas doutrinas distintas, formando uma divisão rígida dentro da igreja. Estes grupos se caracterizavam por manter as ênfases doutrinárias características daqueles líderes. Geralmente se ouve falar que os de Pedro mantinham um Cristianismo judaico rígido e intolerante, até meio legalista; que os de Paulo eram mais abertos, enfatizando a salvação pela fé sem as obras da lei, e que os de Apolo seguiam a hermenêutica alegórica do eloqüente alexandrino. A realidade é que não há qualquer indício em 1 Coríntios 1-4 da existência de partidos teológicos. A relação entre a teologia dos líderes favoritos e a formação destes partidos em torno de seus nomes é altamente especulativa.

O que se percebe é que havia a escolha pessoal de cada coríntio de um líder favorito, de quem ele se vangloriava de ser discípulo (1 Coríntios 1.12; 3.21). As contendas se davam porque cada um deles afirmava que seu eleito era o melhor (3.21, 4.6). Percebemos ainda que existe uma relação estreita entre o apego à filosofia grega e a formação dos partidos em 1 Coríntios 1-4. Os slogans “eu sou de...” soam como culto à personalidade, um erro no qual crentes neófitos e imaturos caem com freqüência. No caso dos coríntios em particular, esse culto à personalidade tinha recebido um impulso adicional da sua tendência, como gregos, de exaltar os mestres religiosos ao status de theioi anthropoi, homens possuindo qualidades divinas. As principais escolas filosóficas da Grécia costumavam invocar o nome de seus fundadores e principais mestres. Esse costume poderia explicar a vanglória dos coríntios em seguir Paulo, Pedro, Apolo e mesmo o Mestre de todos, Cristo.

Os slogans usados pelos coríntios (“eu sou de...”) ratificam esse ponto. O problema tinha a ver com a tendência comum de alguns crentes de venerar líderes cristãos reconhecidos. Com exceção de Cristo, os nomes escolhidos pelos coríntios são de um apóstolo (Pedro e Paulo) ou de alguém associado com eles (Apolo): Paulo era o fundador apostólico da igreja (4.15); Apolo, por sua vez, embora não considerado no Novo Testamento como um apóstolo, era um pregador eloqüente e tinha desenvolvido um ministério frutífero entre os coríntios, depois da partida de Paulo (3.6, cf. At 18.24-28, 19.1); E Pedro era o conhecido líder dos apóstolos, e muitos possivelmente teriam sido atraídos a ele, embora não seja certo que alguma vez ele haja visitado a igreja de Corinto.

Os “de Cristo” são notoriamente difíceis de se identificar. Embora a escolha do nome de Cristo tenha sido possivelmente uma reação ao partidarismo em torno de nomes de homens, os seus aderentes nada mais são que outro partido. Eles se vangloriavam de que seguiam a Cristo somente, e não a homens, mesmo que estes fossem apóstolos. Paulo os teria criticado pela forma facciosa com a qual afirmavam esta posição aparentemente correta. É provável que os membros do partido “de Cristo” eram os mesmos “espirituais”, um grupo na igreja que se considerava “espiritual” (cf. 3.1; 12.1; 14.37). Para eles, o conceito de ser “espiritual” estava relacionado com o uso dos dons espirituais, principalmente de línguas e de profecia. Este grupo, por causa do acesso direto que julgava ter a Deus, através dos dons, teria considerado desnecessário o ministério de Paulo, tinham-no em pouca conta, e mesmo queriam julgar a sua mensagem (1 Coríntios 4.3; 4.18-21; 8.1-2; 9.3). Esse seria o grupo “de Cristo,” cujos membros (em sua própria avaliação) não dependiam de homem algum, mas somente e diretamente do Senhor, através dos dons. Paulo faz pouco caso das suas reivindicações, e considera a igreja toda como sendo “de Cristo” (cf. 3.23; 2 Coríntios 10.7).

É o próprio Paulo, entretanto, quem nos revela a causa interna principal para as divisões entre os coríntios: eles ainda eram carnais (1 Coríntios 3.1-4; cf. Gálatas 5.20). Esta carnalidade, embora deva ser interpretada primariamente como imaturidade, em contraste aos “maduros” ou “perfeitos” (1 Coríntios 2.6), carrega uma conotação ética, como a expressão “andar segundo os homens” (1 Coríntios 3.3) indica.

Podemos concluir que os partidos de Paulo, Apolo, Cefas e Cristo, que estavam rachando a igreja de Corinto, não eram partidos teológicos, isto é, aglutinados em torno da suposta teologia de cada um destes nomes. Mais provavelmente, os partidos se formaram a partir das preferências pessoais dos coríntios individualmente, tendo como impulso a sua imaturidade, sua carnalidade, e sua tendência, como gregos, de exaltar mestres religiosos. O partido de Cristo, por sua vez, havia se formado por outro motivo, a enfatuação religiosa produzida pelos dons carismáticos.

A situação triste da igreja de Corinto nos fornece um retrato do espírito divisivo que ainda hoje permeia as igrejas evangélicas. É um texto básico para ser pregado e ensinado nas igrejas e seminários. Embora haja momentos em que uma divisão seja necessária (quando, por exemplo, uma denominação abandona as Escrituras como regra de fé e prática), percebemos que as causas do intenso divisionismo evangélico no Brasil são intrinsecamente corintianas: imaturidade, carnalidade, culto à personalidade, orgulho espiritual, mundanismo. Nem sempre os líderes são culpados do culto à personalidade que crentes imaturos lhes prestam. Paulo, Apolo e Pedro certamente teriam rejeitado a formação de fã-clubes em torno de seus nomes. De qualquer forma, os líderes evangélicos sempre deveriam procurar evitar dar qualquer ocasião para que isto ocorra, como o próprio Paulo havia feito (1 Coríntios 1.13-17). Infelizmente, o conceito de ministério que prevalece em muitos quartéis evangélicos de hoje é exatamente aquele que Paulo combate em 1 Coríntios.

Augustus Nicodemus Lopes é paraibano e pastor presbiteriano. É bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (Recife), mestre em Novo Testamento pela Universidade Reformada de Potchefstroom (África do Sul) e doutor em Interpretação Bíblica pelo Westminster Theological Seminary (EUA), com estudos no Seminário Reformado de Kampen (Holanda). Foi professor e diretor do Seminário Presbiteriano do Norte (1985-1991), professor de exegese do Seminário JMC em São Paulo, professor de Novo Testamento do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper (1995-2001), pastor da Primeira Igreja Presbiteriana do Recife (1989-1991) e pastor da Igreja Evangélica Suiça de São Paulo (1995-2001). Atualmente é chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro. É autor de vários livros, entre eles O Que Você Precisa Saber Sobre Batalha Espiritual (CEP), O Culto Espíritual (CEP), A Bíblia e Sua Familia (CEP) e A Bíblia e Seus Intérpretes (CEP). É casado com Minka Schalkwijk e tem quatro filhos – Hendrika, Samuel, David e Anna.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Porque o Mundo Não o Pode Receber

"O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber." João 14:17

A fé cristã, baseada no Novo Testamento, ensina o completo contraste entre a igreja e o mundo. Não é mais do que um lugar comum religioso dizer que o problema conosco hoje é que procuramos construir uma ponte sobre o abismo que há entre duas coisas opostas, o mundo e a igreja, e realizamos um casamento ilícito para o qual não há autorização bíblica. Na verdade, nenhuma união real entre o mundo e a igreja é possível. Quando a igreja se junta com o mundo, já não é mais a igreja verdadeira, mas apenas um detestável produto misturado, um objeto de gozação e desprezo para o mundo, e uma abominação para o Senhor.

A obscuridade em que muitos (ou deveríamos dizer a maioria dos?) crentes andam hoje não é causada por falta de clareza da parte da Bíblia. Nada poderia ser mais claro do que os pronunciamentos das Escrituras sobre a relação do cristão com o mundo. A confusão que campeia nessa matéria resulta da falta de disposição de cristãos professos para levar a sério a Palavra do Senhor. O cristianismo está tão emaranhado no mundo que milhões nunca percebem quão radicalmente abandonaram o padrão do Novo Testamento. A transigência está por toda parte. O mundo está suficientemente caiado, encobrindo as suas faltas, para passar no exame feito por cegos que posam como crentes; e esses mesmos crentes estão eternamente procurando obter aceitação da parte do mundo. Mediante mútuas concessões, homens que a si mesmos se denominam cristãos manobram para ficar bem como homens que para as coisas de Deus nada têm, senão mudo desprezo.

Toda esta questão é espiritual, em sua essência. O cristão é o que não é por manipulação eclesiástica, mas pelo novo nascimento. É cristão por causa de um Espírito que nele habita. Só o que é nascido do Espírito é espírito. A carne nunca pode converter-se em espírito, não importa quantos homens considerados dignos da igreja nela trabalhem. A confirmação, o batismo, a santa comunhão, a profissão de fé - nenhum destes, nem todos estes juntos, podem transformar a carne em espírito, e tampouco podem fazer de um filho de Adão um filho de Deus. "E, porque vós sois filhos", escreveu Paulo aos gálatas, "enviou Deus aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.". E aos Coríntios, ele escreveu: "Examinai-vos a vós mesmos, se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados". E aos romanos: "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele".

A terrível zona de confusão tão evidente em toda a vida da comunidade cristã, poderia ficar esclarecida num só dia, se os seguidores de Cristo começassem a seguir a Cristo em vez de uns aos outros. Pois o nosso Senhor foi muito claro em Seu ensino sobre o cristão e o mundo. (A.W. Tozer).

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Visões ofuscadas de Deus

Tratando-se de conhecer a Deus, a iniciativa veio da parte dele. Se ele não se mostra, não há nada que você possa fazer para encontrá-lo. E, de fato, ele se revela muito mais a certas pessoas do que a outras, não porque faça acepção, mas porque é impossível que ele se mostre por completo a um ser humano cuja mente e cujo caráter estão em péssimas condições. É como a luz do sol que, embora não tenha preferências, não consegue refletir-se num espelho sujo de forma tão clara quanto num espelho limpo. Você pode colocar isso de uma outra forma, dizendo que, enquanto em outras ciências os instrumentos são coisas externas a você mesmo (como microscópios e telescópios), o instrumento por meio do qual você vê a Deus é o seu ser. E se esse “ser” não for mantido limpo e luminoso, seu olhar para Deus ficará obscurecido – à semelhança da lua vista num telescópio sujo. Eis por que nações horríveis têm religiões horríveis: elas sempre olharam para Deus com lentes sujas.

C.S. Lewis - Mero Cristianismo

quarta-feira, 9 de abril de 2008

A absoluta importância do motivo

A prova pela qual toda conduta será finalmente julgada é o motivo. Como a água não pode subir mais alto do que o nível, assim a qualidade moral de um ato nunca pode ser mais elevada do que o motivo que inspira. Por esta razão, nenhum ato procedente de um motivo mau pode ser bom, ainda que algum bem pareça resultar dele. Toda a ação praticada por ira ou despeito, por exemplo, ver-se-á, afinal, que foi praticada a favor do inimigo e contra o reino de Deus.

Infelizmente, a atividade religiosa possui tal natureza, que muito desse tipo de atividade pode ser realizado por motivos maus, como a raiva, a inveja, a vaidade e a avareza. Toda a atividade desse tipo é essencialmente má e como tal será avaliada no julgamento.

Nesta relação de motivos como em muitas outras, os fariseus dão exemplos claros. Eles continuam sendo o mais triste fracasso religioso do mundo, não por causa do erro doutrinário, nem porque eram pessoas de vida abertamente dissoluta. Todo o problema deles estava na qualidade dos seus motivos religiosos. Oravam, mas para serem ouvidos pelos homens, e, deste modo, o seu motivo arruinava as suas orações e as tornavam inúteis e, realmente más. Contribuíram para o serviço do templo, porém, às vezes, o faziam para escapar do seu dever para com os seus pais, e isso era um mal, um pecado. Os fariseus condenavam o pecado e se levantavam contra ele, quando o viam nos outros, mas o faziam motivados por sua justiça própria e por sua dureza de coração. Isso caracterizava tudo o que faziam. Suas atividades eram cercadas por aparências de santidade; e essas mesmas atividades, se fossem realizadas por motivos puros, seriam boas e louváveis. Toda a fraqueza dos fariseus estava na qualidade de seus motivos.

Isso não é uma coisa insignificante - é o que podemos concluir do fato de que aqueles religiosos formais e ortodoxos continuaram em sua cegueira, até que finalmente crucificaram o Senhor da glória, sem qualquer noção da gravidade do seu crime.

Atos religiosos praticados por motivos vis são duplamente maus - maus em si mesmos e maus por serem praticados em nome de Deus. Isto equivale em pecar em nome dAquele Ser que é impecável, a mentir em nome dAquele que não pode mentir e a odiar em nome dAquele cuja natureza é amor.

Os crentes especialmente os mais ativos, freqüentemente devem separar um tempo para sondar a sua alma, a fim de certificarem-se dos seus motivos.

Muito solo é cantado para exibição; muitos sermões são pregados para mostrar talento; muitas igrejas são fundadas como um insulto contra outra igreja. Mesmo a atividade missionária pode tornar-se competitiva, e a conquista de almas pode degenerar, tornando-se uma espécie de marketing eclesiástico para satisfazer a carne. Não esqueçam que os fariseus eram grandes missionários e rodavam o mar e a terra para fazer um converso.

Um bom modo de evitar a armadilha da atividade religiosa vazia é comparecer diante de Deus, sempre que possível, com nossa Bíblia aberta em I Coríntios 13. Esta passagem, embora seja considerada uma das mais belas da Bíblia, é também uma das mais severas dentre as que se acham nas Escrituras Sagradas. O apóstolo toma o serviço religioso mais elevado e consigna à futilidade, se não for motivado pelo amor. Sem amor, profetas, mestres, oradores, filantropos e mártires são despedidos sem recompensas.

Resumindo, podemos dizer que, aos olhos de Deus, somos julgados não tanto pelo que fazemos e sim por nosso motivos para fazê-lo. Não "o quê" mas "por quê" será a pergunta importante que ouviremos, quando nós, crentes, comparecermos no tribunal, a fim de prestarmos contas dos atos praticados enquanto estivemos no corpo.

Autor: A. W. Tozer
Tradução: Pr. Timóteo Sanches

segunda-feira, 7 de abril de 2008

A sensação da presença de Deus e a presença de Deus

É comum ver, nos dias de hoje, cada vez mais artifícios elaborados pelo homem com o intento de "sentir a presença de Deus". Minha intenção não é enfatizar os fatos bizarros que têm acontecido no meio neo-petencostal, mas, sim, tentar explicar, não com minhas palavras, mas com as de alguém muito mais sábio que eu, a diferença entre a presença de Deus e a sensação da presença de Deus.

Certa vez, fui em um retiro em Curitiba em que um dos ministros de louvor alertou o pessoal para que se abrisse um corredor para Jesus entrar. Algum tempo depois, em uma breve reflexão, comecei a perceber que um ato com esse parece, em princípio, demonstrar muita "fé", porém, é exatamente o oposto que ocorre: incredulidade.

Ora, Jesus não disse que "onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles"? Essa é uma promessa feita pelo próprio Deus! Se todos estávamos reunidos, louvando a Deus, em nome do Cristo, faz sentido dizer que Jesus estava por chegar? Mas é a ânsia do homem pós-moderno, que quer sentir, que precisa tocar, que não crê enquanto não vê. É o "ver para crer".

Os prejuízos que decorrem dessa incredulidade são imensos! Basta olharmos para a atual situação das igrejas neo-petencostais. Apenas para esclarecer: não quero ser o cara que apenas critica, mas sim o que se preocupa, ora e ajuda. Tenho tantas ou mais falhas do que eles. Não me entendam mal. Mas, aqui fica o conselho:

E é claro que a presença de Deus não é o mesmo que a sensação da presença de Deus. Esta pode ter origem na imaginação; aquela pode ser vivida sem nenhuma "consolação sensível". O Pai não estava de fato ausente quando Jesus disse: "Por que me abandonaste?". Vemos aí o próprio Deus, como homem, submetido à sensação humana de ser abandonado. A verdadeira comparação, no nível natural, parece estranha para ser dita por um homem solteiro a uma senhora, ao mesmo tempo, porém, é por demais ilustrativa para não ser usada. O ato que gera uma criança deve ser, e em geral é, praticada por prazer. Todavia, não é o prazer que gera a criança. Onde há prazer pode haver esterilidade; onde não há prazer, o ato pode ser fértil. No casamento espiritual entre Deus e a alma, ocorre o mesmo. É a presença real, não a sensação da presença, do Espírito Santo que gera Cristo em nós. A sensação da presença é um dom formidável, e agradecemos quando recebemos, e só isso.

C.S. Lewis - Cartas a uma senhora americana

Saulo Rodrigo do Amaral

sábado, 5 de abril de 2008

História dos Hebreus (Obra Completa)

Uma obra desse calibre merece destaque. Finalmente está disponível em e-book a obra completa de Flávio Josefo, o maior historiador da humanidade, cuja relevância histórica é sem precedentes por ter sido ele testemunha direta dos acontecimentos decisivos do primeiro século, tornando-se uma fonte essencial para a pesquisa desse período. E-book com 1627 páginas.


Opções de download
:

*O arquivo não está mais disponível.

O livro impresso está temporariamente indisponível no site da Editora CPAD.

Para quem deseja se inteirar um pouco sobre a pessoa desse grande historiador, o Professor Airton José da Silva nos brinda com um interessante artigo:

"Flávio Josefo, Homem singular em uma Sociedade Plural": Parte 1 | Parte 2 | Parte 3

quinta-feira, 3 de abril de 2008

A mente moderna e a vida em comunidade

Se em uma manhã nos encontrássemos subitamente bloqueados pela neve, entraríamos repentinamente num mundo maior e mais estranho do que até então conhecíamos. E eis porque as pessoas tipicamente modernas põem o melhor de seu esforço em escapar à rua em que moram. Primeiro alegam razões de ordem higiênica e tocam-se para Margate. Depois invocam a cultura moderna e vão visitar Florença. Por fim inventam o imperialismo moderno e partem para Timbuctoo. Chegam aos mais fantásticos extremos da terra. Pretendem caçar tigres. Quase cavalgam camelos. Tudo isso somente para fugir à rua em que nasceram. E têm sempre prontas suas razões pessoais para tal fuga. Dizem que fogem de sua rua porque ela é monótona, — e mentem. Na realidade fogem porque sua rua é demasiado excitante. É excitante porque é muito exigente; e é exigente porque é viva. As pessoas se sentem bem em Veneza porque para elas os venezianos não são mais que venezianos, ao passo que as pessoas de sua própria rua são seres humanos. Podem encarar os chineses, porque para elas os chineses são coisa passiva, feita para se olhar; mas se encararem a velha senhora no jardim vizinho essa dama imediatamente se lhes revelará ativa. Em suma, o indivíduo vê-se obrigado a fugir da sociedade demasiado viva de seu próximo, — dos homens livres, teimosos, personalíssimos, deliberadamente diferentes deles. Uma rua de Brixton é por demais ofuscante e assustadora. E o indivíduo tem mesmo de acalmar-se entre tigres e abutres, camelos e crocodilos. É verdade que tais seres são ainda muito diferentes dele. Mas, em compensação, eles não lhe opõem sua configuração, cor ou costumes próprios, em franca competição intelectual com os dele. Não pretendem refutar-lhe os princípios para impor-lhes os seus, enquanto que os estranhos monstros da rua do bairro em que ele mora têm esta pretensão. Um camelo não retorce o focinho em sorriso de mofa porque Mr. Robinson não tem corcova, ao passo que o cavalheiro bem educado do número cinco se abre em franco sorriso de desprezo porque Robinson não tem guarnição de madeira nas paredes de sua casa. Um abutre é incapaz de rir-se porque um homem não voa; mas o major que mora no número nove é capaz de dar boas gargalhadas porque um homem não fuma. A queixa que continuamente temos de nossos vizinhos é a de que, como costumamos dizer, eles não tratam da própria vida, o que não significa que nossos vizinhos não tratem de seus próprios interesses. Se assim fosse seriam despejados por falta de pagamento de aluguel e bem depressa deixariam de ser nossos vizinhos. O que realmente exprimimos quando dizemos que eles não tratam da própria vida é algo de sentido muito mais profundo. Na verdade, eles não nos desagradam porque possuam tão pouca energia e vivacidade que se tornem incapazes de interessar-se por si próprios. Desagradam-nos, sim, porque têm tanta energia e vivacidade que são capazes de interessar-se até por nós. Em suma, o que tememos em nossos vizinhos não é a estreiteza de seus horizontes, mas sua decidida tendência a ultrapassá-los. E todas as aversões ao comum da humanidade têm esse caráter geral. Não são, como se pretende, aversões às suas fraquezas, mas à sua força. Os misantropos fingem que desprezam a humanidade por suas fraquezas. O fato é que a odeiam por sua força.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Jesus, o lógico

Muitas vezes, tenho a impressão de que vemos e ouvimos os atos e as palavras de Jesus, mas não pensamos nele como alguém que sabia como fazer aquilo que fazia ou que possuía discernimento lógico das coisas que dizia. Nosso primeiro impulso não é pensar nele como uma pessoa extremamente competente. Ele multiplicou pães e peixes e andou sobre as águas, por exemplo, mas, talvez não soubesse como fazer isso, talvez tenha usado apenas encantamentos ou orações impensadas. Ou então, ele ensinou como ser uma pessoa boa, mas não possuía discernimento e entendimento moral. Apenas repetiu sem qualquer reflexão palavras transmitidas a ele e por meio dele. Será?

Podemos adotar essa abordagem acerca de Jesus ao pensar que o conhecimento é humano, quando na verdade ele é divino. A lógica representa trabalho, enquanto Jesus é graça. Será que não esquecemos de alguma coisa? De que ele também é humano? Ou de que a graça não é o oposto de esforço, mas de mérito? Mas fomos ensinados que o raciocínio do homem é mau. Como Jesus poderia, então, ter pensamentos humanos e conhecimento humano? Assim, talvez com intenção de exaltá-lo, afastamos Jesus de nós e o tornamos irrelevante para nossa vida - especialmente à medida que esta envolve nossa mente. É por isso que a idéia de Jesus como lógico causa tanto espanto. E, é claro, o mesmo princípio se aplica a Jesus como cientista, pesquisador, estudioso, artista ou escritor. Ele simplesmente não se "encaixa" nessas áreas. É mais fácil pensar em Jesus como um evangelista de televisão que como um escritor, professor, ou artista de nosso contexto contemporâneo. Mas isso não faz sentido! Se ele é divino, como pode ser incompetente em questões de lógica, inepto ou desinformado em qualquer área? Paulo estava simplesmente sendo coerente quando disse aos colossenses que em Cristo "estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento" (2:3). Há alguma exceção?

Dallas Willard - A Grande Omissão

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